Capítulo 5 - Tanque De Guerra

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Ámbar


O quarto para o qual ele nos levou ficava no segundo andar. Andamos por um corredor cheio de portas, que mais parecia o corredor de um hotel de luxo. Erra quem pensa que aqui parece aqueles inferninhos com luzes vermelhas por todo lado, mulheres seminuas rodando nos ferros e gemidos vindo por detrás das portas. É moderno, confortável e muito discreto.

Simón, nosso guia, nos explicou que todos os cômodos têm paredes e portas com isolamento acústico. Nada escapa de lá de dentro. Isso me deixou mais tranquila; não que eu vá gritar como uma hiena parida, mas acho melhor assim. Discrição.

Não passamos pelas áreas principais do clube. Eu ainda quero ver o salão de orgia, e fiquei sabendo que pode dar uma espiada nos espetáculos BDSM, para o público babar e tremer, quero ver tudo. Mas hoje seguimos direto para o lugar que ele disse ser a área de swing e voyeur. Onde tem quartos com espelhos falsos para clientes assistirem o sexo dos outros e/ou participar.

Isso deve fazer muita mulher vibrar, mas confesso que me faz ter apenas uma pressão no ventre ao imaginar tanta loucura e depravação dentro desse lugar e ficar mais curiosa para saber sobre o assunto. Cada mulher é uma mente diferente e todas devem ser respeitadas, tanto as que querem fugir desse lugar como as que querem saber mais sobre tudo isso, no caso, eu.

— Esse quarto é individual. — Simón aponta para um espelho. — Apenas uma pessoa pode assistir o que acontece aqui, no caso Benicio fica do outro lado. — Aproximo e me olho no espelho. Os dois homens atrás de mim me analisando o tempo todo.

— Parece um espelho normal.

— É um espelho duplo. — Ele fica ao meu lado. Com o nó de seu dedo, dá uma batidinha. — Como aqueles usados em sala de interrogatório.

Me volto estudando todo o ambiente. É lindo, luxuoso como todo o resto do prédio; silencioso também.

As paredes são brancas, assim como o chão e todo o resto. Os forros de cama, as almofadas e travesseiros, a própria cama é branca. Me lembro quando eu assisti com Benicio um casal fazendo sexo em um quarto assim; os corpos se destacam, é a única coisa que se destaca no quarto branquíssimo.

— Vocês estão à vontade? Aceitam tomar alguma coisa? — Apesar de ele querer parecer descontraído, noto estresse em sua voz.

— Não. Estamos bem. — Digo.

— Ok. Tem alguma objeção sobre o sexo? Benicio me olha; acho que eu vou dar as cartas.

— O que eu sentir vontade, eu faço.

— Ok. — Os lábios de Simón expandem em um sorriso muito sacana. Ele sabe que sua beleza rústica provoca coisas nas mulheres. Como está provocando em mim. Nunca tinha conhecido um cara tão instigante e ao mesmo tempo egocêntrico que me faria correr, entretanto, excitante o suficiente que me faz ficar e querer olhar para ele e saber o que vai acontecer em seguida.

Seu beijo deve ser delicioso, por que ele tem lábios cheios e bem contornados por barba e bigode.

— Benicio, por que não deixa sua garota à vontade? — Michael Simón caminha até mim e toca gentilmente na alça do meu vestido. — Por enquanto.— Sussurra me fazendo arrepiar. Cachorro provocador. Ele fica bem aqui do meu lado me olhando e começa a tirar o terno.

Benicio estende a mão para mim, eu a seguro e em um puxão vou parar em seus braços.

Não vou negar que estou meio tensa com o momento em si. Tem um homem estranho aqui do nosso lado tirando sua roupa enquanto meu noivo me beija calmamente. Entretanto, me examinando interiormente, não encontro medo, apenas nervosismo comum, o famoso frio na barriga. Deixo minha bolsa cair e me entrego às carícias do meu noivo, retribuindo e, também, acariciando seu corpo e me deixando relaxar para sentir o prazer.

A Dama de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora