Erradicação Pt 2. Tróia

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Havia algo a ser dito sobre ter seu ombro perfurado: Era excruciante.

Sem muitos preâmbulos ou enrolação. O fato de que o duro osso parecia queimar de dentro para fora, ao mesmo tempo em que sua carne ardia, provavelmente estilhaços pequenos, era capaz de colocar sua mente em branco uma e outra vez.

Izuku odiava aquilo.

As coisas estavam indo razoavelmente bem, tanto que ele chegou a pensar que o trabalho se resumiria a distrair Chisaki Kai enquanto Shouto fazia a sua parte.

Ingenuidade.

As coisas começaram absolutamente erradas desde o momento em que a maleta foi depositada sobre a mesa do yakuza. Poucos segundos e mais os sons das duas travas sendo desfeitas depois, e Izuku poderia ouvir o orgulho latente na voz do homem enquanto ele dizia:

"Dez doses perfeitamente terminadas da versão final de nossa droga..." O ligeiro som de liquido batendo em vidro fino fez com que Izuku visualizasse como o homem chacoalhava o projétil em sua mão. "Uma maravilha da ciência, devo te dizer. Terminado na metade do tempo planejado originalmente."

"Oh?" Izuku estava tenso, nem sua alegria de ter as ampolas a poucos metros ajudando com seu intestino dizendo como as coisas estavam a ponto de dar estupidamente errado.

Triste como seus maus presságios geralmente eram mais verdadeiros do que os bons.

"Sim..." Chisaki estava sorrindo cruelmente, se a entonação de sua voz fosse qualquer indicativo. "Falta apenas o teste final."

"Eu devo supor, então, que é para isso que estou aqui?"

"Também." Estranhamente agradável. Gentileza era errada em Chisaki Kai, mesmo que descaradamente falsa. "Apenas escolhi unir o útil ao agradável... você entende quando eu digo que são apenas negócios, não é mesmo? Agora pequeno Kaonashi-san... faça-me um favor e morra!"

Triste como, mesmo sabendo disso, Izuku não poderia simplesmente sair dali.

Então ele esperou, enquanto imaginava uma forma, qualquer que fosse, de contornar a sua situação.



No lado de fora, portas prontas para serem abertas.

Heróis estavam em seus últimos respiros antes de entrar em posição.

Um menino de cabelos roxos permanecia ao lado do cansado detetive, enquanto ambos esperavam um telefone tocar.

Duas meninas seguravam as mãos apertadas tentando, sem palavras, apoiar uma a outra.

Um menino olhava para seu melhor amigo, tentando encontrar alguma coisa para dizer, sem qualquer sucesso.

Outro menino tentava se esconder e fingir não notar a preocupação de seus dois colegas enquanto mantinham um olho em si.

Um garoto ruivo respirava fundo, tendo na imagem de seu senpai distante a forma de focar-se e entrar na mentalidade correta. Ele não permitiria que seu erro dos dias anteriores se repetisse.

Um herói cansado observava a seus alunos, jovens demais, enquanto fingiam ser gente grande.

Outro herói olhava para seu próprio relógio de pulso, uma contagem regressiva para algo. O que, ele mesmo ainda não sabia.

Um velho herói, que já vira demais, observava, sem entender realmente, para onde se encaminhava o mundo hoje.

Faltavam dez minutos para o meio dia.

A crueldade em meu mundo (o amor sob suas pálpebras).Onde histórias criam vida. Descubra agora