Cacos de passado

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Eu sumi durante um bom tempo, desculpem por isso. 

As coisas estão meio dificeis em minha cabeça com essa história ultimamente e eu pensei que seria benéfico me afastar um pouco (isso e realmente o pouco tempo que me sobrou para escrever qualquer coisa...)

Espero que gostem do cap!!!




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Recobrar a consciência não foi um exercício tranquilo, longe disso.

Sir podia sentir como sua cabeça latejava fortemente e seus músculos protestavam, resultado direito de ficar muito tempo jogado na mesma posição. Seu entorno era completamente opaco, talvez resultado da pancada que recebeu ao cair, e a única coisa que ele poderia pensar era em se levantar logo e sair dali.

Claro que se seu corpo respondesse, isso é. A sensação de músculos tensos lhe mostrava com deveria ser algum tempo já que estava desacordado, da mesma forma, o conhecimento sobre o fato nada fazia para ajudá-lo a mudar sua incomoda posição. Suas pupilas, ainda em processo de adaptação, lhe indicavam que uma semi-escuridão tomava conta do lugar onde estava, o que lhe indicava, para grande preocupação, que ele havia sido movido do lugar onde caíra com Mirio e Aizawa...

Mirio.

Sir lembrou-se então de seu jovem estagiário, a culpa e preocupação comendo-o intensamente, enquanto o homem tentava forçar sua mente em busca de qualquer lembrança possível. A única coisa que vinha em sua mente, entretanto, era o cheiro enjoativamente doce que sentira momentos antes de cair... isso e as pesadas botas que levaram sua consciência para longe.

Um som pequeno foi ouvido, desviando sua atenção dos próprios pensamentos para a eminente presença de outra pessoa na sala, que ele fez o máximo possível para poder olhar. Foi então que ele confirmou como sua localização nada tinha a ver com o corredor onde caíra. O que antes era uma decrépita passagem, debilitada pelas lutas que comprometiam a estrutura, parece ter se fechado em uma pequena e claustrofóbica sala, tão escura quanto breu, mas o ar estranhamente inodoro...

"Sabe..." Foi dito numa voz que até então apenas ouvira em áudios e gravações de baixa qualidade. "Você deve ter visto o futuro, ou algo assim, antes de chegar aqui. Isso faz com que eu me pergunte, de certa forma, por que então algumas de suas atitudes foram tomadas dessa exata maneira. São poucas as respostas que eu posso chegar, mas todas elas parecem convergir para o mesmo motivo: você veio para morrer..."

Durante todo o monologo Sir procurou pela fonte da voz, em que parte da escura sala se localizava. Ele poderia ver agora, graças as suas retinas finalmente adaptadas, como se tratava de um quarto aparentemente infantil, brinquedos jogados a esmo pelo cômodo vandalizado. Foi apenas depois de passar completamente por todo o espaço que Sir o viu (se poderia ser chamado assim).

Parado contra uma distorcida massa de madeira, encoberta com pelúcias e travesseiros estranhos e manchados, estava o pequeno corpo mascarado. Sendo um homem grande como era, Sir necessitou desenvolver um bom senso de espaço, afinal de contas. Ele poderia dizer, mesmo caído e semi-cego, como o seu acompanhante era perigosamente pequeno comparado a imagem que Sir tinha desenvolvido para o assustador informante.

Sir apenas podia olhar, mesmo com muito custo, de onde estava para a bizarra máscara que o outro utilizava. Suas hipóteses (ou a parte mais assustadora delas) mais uma vez, mostraram-se corretas, Sir percebeu, mas ele não sabia se isso era uma coisa boa ou não.

A crueldade em meu mundo (o amor sob suas pálpebras).Onde histórias criam vida. Descubra agora