Izuku

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Olá!

Antes de mais nada: não me odeie, por favor. Acreditem em mim quando digo que tudo aqui acontece por um motivo (você vai entender o que estou dizendo no final).

Esse capítulo está pronto há algum tempo (muito literalmente) e acabou sendo o maior até agora! (Pensei que nunca superaria Stain em termos de tamanho.)

Sem mais delongas, aproveite!

(Sou a única pessoa que sente falta do campo de notas no início e fim aqui?)

-507

Era realmente tarde quando Shouto chegou, mal se lembrando de desviar a pequena banqueta que continuava ao lado da porta. O "estou em casa" saiu suave, mas alto suficiente para que o outro habitante o escutasse de qualquer lugar que estivesse.

"Hey Shou." Veio de seu quarto compartilhado e ele foi direto para lá, decidindo adiar seu banho para depois de vê-lo. Havia passado horas sem ele, afinal de contas, algo que tentava evitar a todo custo.

Quando chegou à porta viu imediatamente seu amado e isso lavou o restante da tensão que sentia, como se fosse mágica. O menino, sentado calmamente sobre a cama, sorriu ao escutar a aproximação de Shouto. De onde estava ele podia ver as pernas encolhidas sob a coberta e como os dedos pausaram seu caminho sobre o pesado volume de papel que tinha em seu colo. O som de seus passos contra o piso fez a presença de Shouto conhecida no ambiente levando-o a virar a cabeça em sua direção.

Izuku sorriu. Aquele ato para qual Shouto vivia, enquanto esperava que se aproximasse dele. O sorriso crescia junto do volume dos passos e ao chegar à borda do colchão Shouto estendeu a mão delicadamente, acariciando sua bochecha. Os cabelos rebeldes que Shouto tanto amava caíram em seus dedos tomando todo o controle para que não os emaranhasse.

"Shou." A suavidade presente na voz quase infantil fazia coisas indescritíveis com o coração (e restante do corpo) de Shouto. Era aquela voz que acordava para ouvir e dormia para sonhar. Era a voz que Shouto amava escutar em todas as suas tangentes e em cada situação. Entre todas as melodias e coros do mundo, o som mais precioso para ele era a voz do menino em sua palma.

"Hey, como foi seu dia? Lamento ter demorado tanto assim. Acabamos perdendo nossa tarde." Perguntou suavemente, lamentando. Com esse menino, esse anjo, Shouto sempre seria suave. Todo o ódio que era reservado e destinado ao mundo evaporava ao cruzar a soleira de seu pequeno apartamento. Ali Shouto só permitiria apoio. Entre as paredes de seu quarto apenas existiria seu infinito amor.

"Foi ótimo, apesar de tudo, não se sinta culpado! Touya me trouxe um livro novo, alguns dias atrás, presente de Fuyu, então aproveitei meu tempo e comecei a ler. Vê?" Não havia ressentimentos em sua voz, nunca haveria. Ele vagamente acenava ao volume em seu colo.

"Isso é incrível Izu, como está até agora?" Era ótimo escutar Izuku falando empolgadamente, tanto que ele poderia fazer isso durante horas sem se cansar. Sentando-se na beirada da cama, Shouto olhou para o sorriso de Izuku enquanto ele começava seu relato.

"Oh, é maravilhosa!" Sim era, Shouto sabia. Cada uma das poucas histórias que Izuku conseguisse colocar as mãos seria épica para o menino. "O protagonista é meio estranho, mas mesmo assim dedicado. Ele meio que me lembra de você então eu me pergunto quanta dedicação ele precisa para continuar. A protagonista feminina é tão valente também! Eu amo personagens como ela. Espero poder ler com você depois. Oh, a propósito, me lembre de agradecer a Fuyu novamente por ele, por favor, ela sempre acerta."

A afeição na voz de Izuku sempre que falava de um de seus irmãos era algo que derretia os pedaços de gelo que insistiam em se agarrar a alma de Shouto. Era impossível manter-se desinteressado quando era alvo do carinho e preocupação do garoto de cabelos verdes (Shouto entendia perfeitamente isso, sabendo o quanto ele mesmo tentou e falhou espetacularmente). A suavidade do sorriso desapareceu um pouco, como se tomasse o devaneio de Shouto como pista. Suspirando cansado Izuku chamou sua atenção com um pequeno toque em seu ombro.

A crueldade em meu mundo (o amor sob suas pálpebras).Onde histórias criam vida. Descubra agora