Imagines Heróis Vol.2

| 44 |Miracles | Stephen Strange/Doutor Estranho | Parte 2 |

✨Seu Nome✨

Passei por entre as portas do enorme hospital que outrora eu havia ficado internada durante um bom tempo. Caminhei apressadamente em direção a recepção, olhando para o rapaz que estava imerso em uma conversa pelo seu celular. Ele mal notou a minha presença e o simples fato de tentar ser educada com ele já estava começando a me irritar.

— Com licença. — o chamei, mas ele não me olhou — Hey! — bradei, fazendo com que o rapaz me olhasse — Será que você poderia me dar um pouco de atenção?

— Pois não? — ele deixou seu celular em cima do balcão e focou totalmente sua atenção em mim.

— Eu estou procurando a doutor Strange. — comentei, sentindo minhas mãos suarem.

— Quarto Andar, segunda porta a direita. — ele voltou seu olhar para a tela do computador.

Fechei os meus olhos em resposta e contei mentalmente até dez, sentindo cada célula do meu corpo se agitar de ódio por esse rapaz.
Caminhei apressadamente até o elevador e esperei que ele viesse, entrando no mesmo assim que ele chegou. Apertei o botão do quarto andar e enquanto ele subia, observei meu próprio reflexo através das paredes de vidro. Eu estava acabada, com olheiras escuras embaixo dos meus olhos e a pele pálida.

Quem me via antigamente diria que eu estou um caco e isso é a pior parte. Eu não sinto como a antiga Seu Nome e parece que depois do acidente na escola, eu me tornei uma outra pessoa, uma completa estranha em meu próprio corpo.

As portas do gigante de ferro se abriram, revelando um andar que estava completamente imerso ao caos. Várias pessoas corriam de um lado para o outro e muitas acabavam esbarrando em matérias ou objetos, deixando tudo ainda mais desorganizado.

Caminhei pelo corredor um pouco cautelosa, procurando pela sala que o rapaz da recepção havia me falado. Assim que eu a avistei, apressei os meus passos em sua direção e parei em frente a sala, vendo a doutora Palmer concentrada em alguma coisa que estava em seu computador.

— Com licença, doutora Palmer? — perguntei e ela desviou sua atenção para mim, tirando seus óculos de leitura.

— Sim? — arrumou o seu coque, olhando-me — Posso te ajudar em algo?

Entrei dentro da sala e fechei a porta, sentando-me a sua frente. Ela continuou a me olhar com uma expressão curiosa e se reencostou em sua cadeira quando eu finalmente decidi falar alguma coisa.

— Há nove anos atrás eu dei entrada nesse mesmo hospital por causa de um acidente de ônibus que me deixou em cima durante três meses.

— Sim, eu me recordo. Seu Nome, certo? — perguntou.

— Sim, sou eu. — olhei ao redor — Eu gostaria de falar com o doutor Strange também. Ele está?

Ela mudou totalmente a sua postura e fechou os olhos, massageando suas têmporas.

— Stephen sofreu um acidente há alguns meses e ficou muito debilitado. Ele não pode mais exercer a função de médico e sumiu do mapa. É alguma coisa séria?

— Eu me envolvi em um acontecimento há duas semanas na escola onde eu coordeno. Alguns alunos ficaram presos em um incêndio na biblioteca e com o intuito de ajudá-los, eu entrei. Tirei todos de dentro daquela sala pela janela, mas o fogo começou a consumir ainda mais e não tinha escapatória. Eu passei pelo fogo e não tive nenhuma queimadura. Não senti dor, eu não senti nada.