Doces Vontades Part 2

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Continuação

- Você está toda arrepiada... diz ele baixinho em meu ouvido e isso faz meu coração dar saltos e penso comigo mesma numa desculpa esfarrapada para disfarçar, mas nada vem, até que ele fala de novo...

- Não precisa ficar com vergonha de mim, somos amigos e temos intimidade, as vezes você me deixa assim também.

Me viro e olho em seus olhos que me fitam desconcertantes, minha respiração fica pesada, pois eu não esperava essa confissão, ele sorri e faz carinho em meu rosto com as pontas dos dedos.

Meus olhos devem expressar um pedido de explicação e ele me dá...

- Pode parecer estranho para você, para mim foi também, mas a verdade é que você em determinado momento despertou algo em mim que eu não sabia o que era, só sei que eu passei a gostar ainda mais quando você me elogiava, quando falava alguma sacanagem para mim ou simplesmente me abraçava.

- Eu... Eu... – Fui interrompida

- Não precisa falar nada, não há o que falar entre nós, apenas aconteceu...

Nisso José que tinha as mãos fazendo carinho em meu rosto, contornou minha boca com seu polegar e deixou um selinho em meus lábios que fez meu coração ser a verdadeira bateria do salgueiro.

Quando nossas bocas se separaram, ficamos nos olhando por longos segundos, amava admirar seu rosto, passei as mãos por seus cabelos que estavam maiores e ele fechou seus olhos, absorvendo meu carinho.

Desci a mão por seu rosto que arranhava pela barba que estava crescendo e levei minha boca a sua. O beijo aconteceu naturalmente, nossas bocas se encaixaram perfeitamente e em segundos nossas línguas se entrelaçavam numa dança perfeita.

José levou sua mão livre a minha perna a puxando mais de encontro ao seu corpo, ficamos encaixados, disfrutando do nosso beijo, nossas respirações brigavam e de descompassavam à medida que o tempo passava e nós nos recusávamos a largar a boca um do outro.

Nunca imaginei que chegaríamos a nos beijar, sempre tivemos uma conexão muito forte, uma química em forma de amizade, gostosa de se viver, acho que foi isso que despertou em mim, não a curiosidade de beijar um amigo gay e sim uma vontade verdadeira de provar o beijo de uma pessoa que despertou dentro de mim algo bom, algo gostoso de se sentir, somos amigos acima de tudo, mas a atração surgiu entre duas pessoas que desenvolveram uma afinidade maravilhosa.

José me levantou sentando no sofá comigo em seu colo, onde por segundos ele largou meus lábios para olhar em meus olhos, sua boca estava vermelha e inchada, era a visão do pecado na minha frente. Mordi seu lábio inferior e ele gemeu entregue ao meu carinho.

Nesse momento a campainha tocou, suspiramos juntos, ele me beijou novamente e terminou com um selinho. Levantei a contragosto, me ajeitando e ele também se recompôs no sofá. Abri a porta e era Carla, não briguei com minha amiga claro, ela não poderia adivinhar que acabara de interromper um dos momentos mais gostosos da minha vida, a abracei e ela entrou já indo cumprimentar José e se sentou ao lado dele falando pelos cotovelos como só ela sabia fazer.

Enquanto ela gesticulava, José me olhou, eu estava encostada no portal da entrada da sala e em seus olhos eu enxerguei várias coisas, carinho, nossa amizade e a promessa de que não acabaríamos ali, que em algum momento sucumbiríamos aquela atração louca, mas tão gostosa de sentir, que só eu e ele entendíamos ....

Suspirei e fui rir até a barriga doer com meus dois melhores amigos e terminar de curtir aquela tarde que de longe já era a mais inesquecível da minha vida...

Uma história de Rose Moraes, hoje_pensei

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