Ato final
- Ingrid, falamos pouco sobre relacionamentos anteriores. Eu nunca namorei, só dei uns beijinhos por aí. O que eu não comentei é que estes beijinhos foram dados em meninas, não em meninos.
- Certo. Qual o problema? Era só por isto que você estava se preocupando?
- Eu também estava me culpando por não ter falado sobre isso com você, sobre gostar de moças, antes de você vir morar aqui. Mas não é só isso, tem mais. Mas antes quero te perguntar uma coisa, posso?
- Claro. Fala...
- Por que o seu único namoro não foi para a frente?
- Porque foi uma tentativa frustrada. Ele estava andando atrás de mim há tempo, e a pressão na turma estava grande para ficarmos juntos. Em uma festa resolvi não fugir mais e saber como eu me sentiria beijando um menino. Não gostei. Eu sempre soube que não me atraía por rapazes. Então não precisa me pedir desculpas por nada, eu também não falei para ti. Mas não há motivos para desculpas, Val. Somos como somos, só caberia desculpas em caso de desrespeito uma à outra, entende? Isso nunca aconteceu.
- Seus pais sabem de sua orientação sexual, Ingrid?
- Sim. Sempre conversamos sobre tudo e eles acompanharam quando meu primo se assumiu gay para os pais. Apoiaram o menino em tudo. Eles têm a mentalidade muito aberta, graças a Deus. Sua mãe sabe de você?
- Não. E só imagino como vai ser difícil no dia em que ela descobrir ou eu contar. Não pretendo me esconder para sempre. Por este motivo resolvi sair de casa. Não aguentava mais ela falando mal da pobre Jennifer, minha vizinha, que beijou uma colega de trabalho e foi pega no flagra...
- O que você tem mais para falar?
- Podemos continuar depois do jantar? Tô faminta, o dia foi muito puxado. Agora que eu relaxei quanto a você ir embora, a fome chegou com força.
Fomos à cozinha, preparamos nossos pratos, pegamos a jarra de suco e fomos para a mesa. Começamos a conversar sobre outras coisas, como foi o dia, a aula que eu tinha tido e que, finalmente, eu tinha entendido um assunto maçante que compunha a grade curricular de meu curso. Também sobre como estavam gostosas as panquecas que ela fez.
Terminamos de comer, escovamos os dentes e voltamos ao sofá. Liguei para minha mãe para não correr o risco de receber ligação no meio da conversa. Ela fez o mesmo para sua casa, dizendo que ia dormir cedo, pois estava muito cansada. Livres de possíveis ligações, sentamos juntas, olhei em seus olhos e fiquei parada, não sabia como introduzir o assunto. Meu coração pulava no peito e eu tremia.
- Esta é a parte mais difícil para mim, não sei como começar...
- Val, acho que posso te ajudar a começar. Esta parte da conversa tem a ver com o jeito que você me olhava enquanto eu dormia? Eu acordei um pouco antes do que você pensa. Fiquei de olhos semicerrados e vi você me olhando por um longo tempo...
- Tudo a ver. Como você se sente em relação a isto?
- Feliz. Muito!
- Eu não sei quando isto começou, só sei que estou apaixonada por você, Ingrid.
- Eu também estou apaixonada por você, e sei desde quando. Desde a viagem.
Meu coração estava disparado, e eu estava muito emocionada. Eu era retribuída, ela gostava de mim! A felicidade era sem tamanho.
Fomos chegando perto uma da outra devagar. Ela segurou minha mão, levou aos lábios e a beijou. Passei a mão em seu rosto, coisa que eu desejava fazer há muito tempo, sem desviar os olhos nem um segundo. Só os fechei no momento em que seus lábios tocaram os meus. Estávamos nervosas, éramos inexperientes, mas o desejo era muito grande. Eu afastei seus cabelos que caíam por cima do rosto, colocando-os atrás da cabeça, lambi seus lábios, pousei um beijo suave neles e abri a boca para começar a beijá-la de verdade. Eu não parava de acariciar seu rosto, nem conseguia separar nossos lábios. Esperei por isso tanto tempo que estava nas nuvens.
Ela me deitou no sofá e deitou junto de mim. Voltou a me beijar nos lábios, no rosto, cheirou meu pescoço, tudo isto enquanto eu a abraçava e puxava para cima de mim. Entreabri as pernas e ela se encaixou ali, segurando parte do peso com os braços e continuando a me beijar. Desceu para meu pescoço e eu já morria de tesão nesta hora. Quando ela beijou e mordiscou um mamilo meu, mesmo por cima da camiseta, fui à loucura. Segurei sua cabeça e puxei para meu peito, como que pedindo para que ela continuasse. Alisei sua pele descoberta, ela só usava um top curtinho, e neste momento ela enfiou a mão por baixo de minha camiseta, alcançando um seio e o acariciando. Prendeu o mamilo entre o dedo médio e o indicador e os movimentava, massageando o bico de meu peito. Nossos movimentos estavam limitados pelo pouco espaço, e começou a ficar desconfortável e apertado ali, uma cama de casal era bem melhor.
Saímos da sala e entramos em meu quarto, fechei a porta, liguei o ar condicionado e segui em direção a Ingrid. Abracei-a pela cintura e parti para a ação, não poderia deixar esfriar. Colei nossas bocas novamente e espalmei seu seio, sentindo-o pela primeira vez, e ele estava arrepiado. Delicioso, sonhava muito com isso. Coloquei a outra mão e peguei no outro também, estava com os dois seios dela nas mãos e beijando sua boca com muito gosto, enquanto ela me pressionava contra seu corpo com as duas mãos em minha bunda. Não conseguia parar de jeito nenhum. Peguei na barra de seu top e a olhei, como pedindo permissão para continuar. As duas tinham que querer que isto fosse até o fim.
Ela levantou os braços, sem desviar os olhos dos meus, eu retirei seu top e vi surgir em minha frente um lindo par de seios, que foram tocados imediatamente. Em um, uma mão. No outro, meus lábios. Lambi seu mamilo, coloquei na boca e suguei com vontade. Eu estava no paraíso e sabia disso. Não houve espaço para timidez ali. A excitação tomava conta de tudo. Quando senti suas mãos em minha camiseta, parei um pouco para que ela pudesse retirá-la. Ela repetiu meu gesto anterior, me levando à loucura. E depois me abraçou, colando nossos peitos. Só gemidos e sussurros naquele lugar. Soltei o laço de seu short e puxei para baixo, fazendo com que ele deslizasse por suas pernas. Em seguida ela fez o mesmo com o meu. Só de calcinhas deitamos na cama sem conseguir nos largar.
Eu queria muito sentir o corpo dela e seu gosto. Coloquei-a por baixo de mim e disse um relaxe um pouco e fique quietinha. Tu te entregas a mim?. Após ouvir um claro que sim comecei a minha excursão por seu corpo. Beijei e lambi tudo que via pela frente. Seu colo, seus seios, sua barriga, umbigo... Até chegar onde eu mais desejava, seu sexo. O cheiro que saía dali quase me fez gozar na mesma hora. Ela já se remexia inquieta na cama, gemendo, suando - apesar do ar condicionado ligado. Fui tirando sua calcinha devagar, beijando sua virilha e vi que ela estava toda depiladinha, que delícia ela estava, muito molhada. Beijei seu sexo, abri suas pernas e admirei a beleza dela, toda nua e excitada para mim.
Muitas vezes sonhei com aquilo. Passei a língua por todo seu sexo, sentindo o sabor de sua excitação. Quase gozo só com isso. Passei a língua várias vezes, seu gosto é maravilhoso. Suguei seu clitóris e passava a língua por ele várias vezes, bem de levinho. Parava, soprava, sugava e lambia. Inseri o dedo nela e comecei a movê-lo sem parar os movimentos com a língua e lábios até ela anunciar que estava próxima do orgasmo, momento em que intensifiquei o que estava fazendo. Vê-la gozar foi a coisa mais excitante do mundo, só parei quando ela pediu e disse que estava muito sensível. Subi e beijei sua boca. Ela esperou um pouco a respiração normalizar e disse que era sua vez de me dar prazer. Eu, claro, cheguei ao orgasmo muito mais rápido que ela, pois já estava extremamente excitada com o prazer que tinha lhe proporcionado.
Cansadas, satisfeitas e felizes fomos tomar banho juntas. Muito bom isto, tocar o corpo da pessoa amada. Estar apaixonada e ser correspondida é delicioso. Após o banho fomos à sala, deitamos juntas no sofá e decidimos dormir juntas todos os dias a partir daquele dia. E brincamos, dizendo que apesar de ter um quarto desabitado naquele imóvel não iríamos ocupá-lo com mais ninguém. Aquele apartamento era nosso paraíso particular.
Falamos um pouco sobre as repercussões desse nosso novo status de relacionamento. Não precisava espalhar aos quatro ventos, mas não iríamos negar a ninguém que perguntasse. Nenhuma de nós duas se envergonhava de sua orientação sexual nem tinha nenhum problema em assumir isto. Para nós o importante era nosso sentimento em comum e em fazer uma à outra feliz. Sei que dificuldades viriam, mas isso era nada comparado a ter apoio nessa hora e de ter alguém para quem voltar depois do cansaço do dia-a-dia. Isso é que era verdadeiramente importante.
E assim fomos para nossa cama, satisfeitas, apaixonadas e com um eu te amo ainda ressoando na cabeça quando pegamos juntas no sono.
Fim
Uma história de FlviaBorba2
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Contos Wattpadianos
Short StoryQue tal encontrar em um único livro todos os seus autores favoritos? Que tal conhecer a cada semana o trabalho de um escritor até então desconhecido para você? Se você curtiu as ideias acima, então aqui é o seu lugar. Entre sem bater à porta, sente...