Parte Final
Amor Caipira
— Zé... O que oce faz aqui?
— Tonho, tu olhou as revistas que eu te entreguei? – ele coça a cabeça, parece preocupado.
— Sim Zé eu já te falei, tem uns mulherão de dar inveja.
— Tem alguma coisa errada Tonho, porque eu comprei umas revistas masculinas pra mim e ao abrir o pacote dei de cara com as suas revistas.
Arre égua e agora? O que eu vou dizer pro Zé?
Pensa rápido Tonho, o homem quer saber. Se acalma inferninho, não me deixa mais nervoso que estou.
Coço a cabeça e uma vertigem corre pelo meu corpo. Acho que meu coração vai explodir a qualquer momento.
Engulo a saliva e encaro a verdade, cabra macho não tem medo de enfrentar um perrengue, foi assim que papai me ensinou.
— Quer saber? As suas revistas estão comigo, eu gostei delas e to usando – Zé cresce os olhos e me encara assustado.
— Tonho...
Arre égua, se tivesse um buraco nessa sala eu enfiaria minha cabeça.
Coragem Tonho!
O inferninho da minha consciência está certa, não devo nada a ninguém.
— Eu to curioso e louco de vontade de experimentar, mais tenho medo de não... caber – falo baixo e como uma flecha saio de perto dele.
O que o Zé vai pensar de mim?
Vou até as revistas e entrego o pacote para o Zé. Não encaro os olhos dele, estou louco de vergonha pelo que acabei de dizer, mas em paz com minha consciência. Zé vai me chamar de depravado, mais ele diz que gosta. Então... Porque dois homens sozinhos não podem dividir a solidão?
— Eu sempre te achei um homem muito interessante – ele diz acariciando o meu cabelo.
Meu coração vai sair pela boca, às pernas estão tremendo e eu nem sei o que dizer pra esse homem.
Ele me quer...
Crio coragem e encaro seus olhos penetrantes. Que negão lindo!
— Guarde essas revistas, nós vamos precisar delas no futuro e quanto ao medo, não se preocupe nós vamos enfrentar esse problema aos poucos. Prometo que você nem vai sentir.
Arre égua, ele quer comer o meu brioco? – oxi, mais é claro que ele vai querer, mas... Será que ele é parrudão?
— O Zé, até agora eu não disse nada, mas eu estou preocupado com o tamanho.
— Tamanho de que Tonho?
Meu Jesus Cristinho, como vou explicar?
— O dito cujo seu é grande? Parrudo, entende?
— Ah... – Zé cai na risada e eu não sei onde meto minha cara, mas é melhor pecar por perguntar que pagar mico na hora H.
— Eu acho melhor você mesmo verificar. Afinal, nós somos homens adultos e desimpedidos – arre égua mamãe, será que eu aguento?
Seja bobo homem, não seja broxa e encare a situação. Bendito inferninho.
— Oce está certo Zé, eu quero ver – ele solta um sorrisão, os dentes branquinhos são tão charmosos. Acho que já estou ficando apaixonado por esse homem e agora vendo de pertinho...
Ah... Salve-me Deus!
— Eu mostro, mas você também tem que me mostrar - ele diz aproximando e ficando frente a frente comigo.
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Contos Wattpadianos
Short StoryQue tal encontrar em um único livro todos os seus autores favoritos? Que tal conhecer a cada semana o trabalho de um escritor até então desconhecido para você? Se você curtiu as ideias acima, então aqui é o seu lugar. Entre sem bater à porta, sente...