Capítulo 19 - ACORDANDO NOVAMENTE

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A primeira coisa que penso ao abrir os olhos é que eu entrei em coma novamente. É a luz branca no teto do quarto e mascará de alto fluxo em meu rosto que me fazem acreditar nisso.

Olho para o lado e vejo o soro ao qual a mangueirinha está indo até o meu braço.

— Mãe! – Digo e só então constato que não estava de coma porque apesar de sentir sede a minha garganta não está toda seca e eu consigo falar normalmente.

Viro a cabeça para o outro lado e vejo minha mãe se levantando da poltrona e parando ao meu lado, enquanto passa a mão em meu cabelo.

— Como você está se sentindo filho?

— Eu to bem, quanto tempo eu dormi? — Por causa da máscara a minha voz sai um pouco abafada, mas eu não tento tirá-la.

— Acho que uma hora. O médico disse que você se esforçou demais e seus pulmões ficaram cansados. Eu não devia ter deixado você se esforçar tanto.

— A culpa foi minha mãe, eu senti que estava me cansando, mas não parei. — E é então que me lembro de Eduardo e me sinto um péssimo amigo por não ter perguntando sobre ele assim que acordei. — E o Eduardo?

— Ele tá bem, vou avisar ao médico que você acordou e assim seus amigos podem conversar a sós com você.

Ela sai do quarto e um segundo depois Nicolas, Rafaela, Denis e Samuel entram no quarto vindo apressados até minha cama. Sorrio quando eles esbarram na maca e me fazem balançar.

— Como você está? — Samuel pergunta, sua expressão demonstra preocupação assim como a voz.

— Eu to bem, não devia ter me esforçado demais.

— A gente ficou com tanto medo, quase surtamos quando você desmaiou.

— Diga por você! — Rafaela fala. — Eu agi calmamente como os adultos devem fazer.

— Calmamente gritando por socorro e sem saber como agir? — Denis brinca e eu rio, o que me faz tossir.

Eles param e ficam me encarando.

— Como o Eduardo está? — Pergunto.

— Ele torceu o pé e os médicos colocaram uma daquelas botas imobilizadoras nele. — Nicolas fala. — O pai dele já o levou para casa. Acho que ele vai andar no seu ritmo por alguns dias.

Sorrio para eles, mas fico pensando que agora as coisas ficarão mais tensas com Eduardo. Eles nunca teriam ido jogar bola se eu não os chamasse. No fim foi tudo culpa minha.

— Acabou que eu estraguei o churrasco, não é?! — Eu digo porque eles me encaram.

— Como se esse fosse o problema real! — Rafaela diz meio rispidamente, meio brincando. — A gente faz confraternização o tempo todo, se você não percebeu ainda.

Fico feliz por ela ter dito isso.

Minha mãe volta ao quarto e o médico me examina rapidamente e diz que eu devo ficar em observação pelo menos até de noite, para saber se o meu pulmão voltou ao (novo) normal.

Logo o restante da galera (tirando Eduardo e o pai) entram no quarto em pequenos grupos para me cumprimentar, mas não se demoram muito e vão embora — apesar dos protestos dos garotos que queriam ficar me fazendo companhia até a hora que eu fosse embora.

Ficamos no quarto minha mãe, meu tio e eu; e eles ficam comentando sobre o jogo e sobre como foi divertido ver os meninos jogando bola. Quando vou embora de noite, nos sentamos os três na sala e assistimos a um filme de romance adolescente que minha mãe escolhe na Netflix.

Mais tarde, quando vou dormir, fico pensando em como as coisas vão ser com Eduardo a partir de agora.

José e os NERDS Contra o MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora