Os NERDS estão comemorando SETE anos de amizade (sob o nome NERDS) e eu acho isso espetacular. A relação de maior tempo que eu tenho é com minha família, e olha que um deles me abandonou, então isso deve dizer alguma coisa sobre mim.
Eu fico tão animado com a arrumação da festa que os garotos até estranham por eu não ficar apenas no meu canto conversando com eles (na verdade mais ouvindo do que falando), enquanto decidem tudo.
É sábado e quando eu cheguei à casa de Eduardo de manhã, deixei minhas coisas na Toca — porque vamos dormir lá depois da festa — e corri para a área da piscina e comecei a organizar qualquer coisa que fosse possível fazer sem me cansar rapidamente.
Quando finalmente chega a hora da festa já está de noite e Denis e Nicolas ficam no portão recebendo nossos convidados — que na verdade são os nossos convidados de sempre, mas é bom criar um clima diferente para essa comemoração específica.
Quando minha mãe chega com meu tio ela vem até mim usando um vestido longo vermelho com uma fenda na perna direita e eu fico boquiaberto.
— A senhora malhava na época que eu estava em coma? — Pergunto sorrindo.
— Isso é genética José, minhas pernas também são maravilhosas! — Meu tio diz e eu solto uma risada alta.
— Filho, tá tudo muito lindo. Vocês arrasaram, parabéns! — Minha mãe diz enquanto olha pelo espaço da casa de Eduardo.
Nós penduramos algumas lâmpadas em volta da piscina e colocamos algumas mesas e cadeiras espalhadas mais como decoração do que para nos sentarmos; e em qualquer parede que olho há um conjunto de fotos meio que contando a história do grupo — há mais fotos no meu 1 mês com eles do que eu achei que fosse possível. Do outro lado em que estou, há uma mesa de bebidas e o pai de Eduardo já falou que vai ficar de olho para que não bebamos nada alcoólico — até mesmo eu porque aparentemente a minha mãe contou que eu tomo alguns remédios e ele diz que não seria bom misturar.
Ando com minha mãe e meu tio pela festa e os deixo conversando com as mães de Denis e os pais de Nicolas.
— Ei! — Pedro diz para mim, ele está sentado em uma das mesas, puxo a cadeira e me sento com ele. — Sabe, ainda to me acostumando a te ver sem a muleta.
— Ás vezes eu me esqueço que não to com ela e tento me apoiar de lado, então não te culpo por isso. — Digo e ele ri. — A Raquel não veio hoje? — Pergunto porque ele sempre fica conversando com ela.
— Ela foi lá dentro ver se encontra uns limões pra preparar uma caipirinha. E eu a encorajei, claro, porque também quero uma.
Rio para ele, mas não sei mais o que deveria dizer. De repente me sinto um pouco constrangido por estarmos conversando sozinhos aqui, mas não sei o motivo, já que estamos sempre conversando no Café.
— O Nicolas me contou o motivo inicial de vocês terem feito essa festa. — Ele diz se inclinando sobre a mesa, em minha direção. — Achei incrível. Quando eu contei para os meus pais sobre ser gay estava passando Fantástico e tava todo mundo focado numa reportagem sobre corrupção, aí eu só deixei sair porque tava muito interessado em um carinha da faculdade e queria muito contar para eles, porque a gente sempre foi de conversar sobre tudo.
— E o que seus pais disseram? — Pergunto sorrindo, porque ele tem uma expressão de divertimento em seu rosto.
— Meu pai se virou para mim e perguntou se eu não podia esperar o intervalo pra jogar um elefante no meio da sala. Aí minha mãe teve uma crise de risos, o que deixou Nicolas ainda mais assustado, ele já sabia sobre mim, mas não esperava que eu fosse contar para os nossos pais assim do nada. Aí depois disso foi tudo bem.
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José e os NERDS Contra o Mundo
Teen FictionJosé nunca assistiu Star Wars. Os NERDS nunca entraram em um campo de futebol. E mesmo assim uma grande amizade está prestes a começar. Há exatos três anos e seis meses atrás, José sofreu um acidente que o deixou em coma dos 17 aos 20 anos. Ao acord...