Capítulo 37 - A ESCOLA DA PAQUERA

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Minha mãe passa no Café e me busca no fim do meu expediente. Ela diz que teve um dia cheio no serviço e quer ir se sentar com os amigos e conversar um pouco — aparentemente ela está em um grupo de conversas com todos os pais dos NERDS e todo mundo combinou de ir para lá.

Quando chego a Toca sorrio ao ver que os garotos arrumaram um pequeno quadro branco e o deixou em um cavalete debaixo da televisão. Eles estão levando a sério isso de aulas de paquera.

— Isso é realmente necessário? — Digo apontando para o quadro.

— A gente quer absorver toda informação que você nos passar! — Samuel diz, ele está sentado em um pufe ao lado de Nicolas, os dois estão com cadernos sobre o colo.

Rafaela sai da cozinha junto com Denis, ambos também estão com cadernos. Eduardo desliga o computador e vem se juntar a nós.

— Eu trabalho melhor apenas falando. — Digo e me sento em um pufe de frente para Samuel, os outros se arrumam para se sentarem a minha frente.

Rola um segundo de silêncio e eu não sei se já devo começar a falar.

— Eu posso?

— Estamos ávidos por conhecimento! — Denis diz.

— Manda bala! — Eduardo fala animado.

— Tudo bem — eu digo. — Eu não preparei nada especifico, mas vou começar do começo.

Respiro fundo e penso antes porque fico um pouco envergonhado por eles estarem me encarando.

— A primeira coisa é como vocês vão começar a conversa com a pessoa. — Digo e sorrio ao ver que eles realmente estão anotando o que eu digo. — Sempre seja confiante, mas apenas no nível para que a pessoa entenda que você realmente está afim dela, nunca pareça confiante em excesso ou pode ser que pareça você está tentando passar a ideia de que a pessoa tem sorte por você querer falar com ela.

— O que claramente não é verdade. — Denis diz e todos nós rimos.

— A segunda coisa, muito importante, é sobre o que você vai falar com ela. Nunca fique falando sobre bens materiais, um telefone caro que você tenha, roupas de marca e etcetera. Isso pode passar a ideia de que você acha que a pessoa é interesseira. E se ela realmente for, você não vai querer manter um relacionamento com alguém que é assim.

E de repente começo a falar tanta coisa que fico surpreso comigo mesmo. Como antes eu não era tímido, eu não tinha vergonha de flertar com ninguém, e até pouco tempo antes de Antônio me beijar a gente começar o relacionamento, eu já havia saído com um número considerável de garotas. O que eu nunca tinha parado para pensar é o quando eu sei sobre isso.

— Vocês querem treinar uns com os outros? — Eu pergunto quando termino a "aula teórica".

Eles dizem que sim e então Rafaela vai com Eduardo para um canto da sala — ela diz que quer treinar com ele porque ele é todo delicado e se ela olhar do ângulo direito do seu rosto, Eduardo fica parecendo uma garota; é claro que isso deixa ele estressado, mas ele aceita porque Rafaela é realmente uma garota e ele acha legal a ideia de treinar com ela. Sorrio quando Samuel chama Nicolas para o outro canto e diz que é melhor ir com ele porque o amigo é calmo e com toda certeza não irá julgá-lo se ele fizer algo vergonhoso.

Então eu fico sentado de frente para Denis, pronto para ajudá-lo.

— Então, vamos começar? — Eu pergunto quando se passa alguns segundos e ficamos nos encarando, mas ele não diz nada.

Denis então solta um suspiro e coloca as mãos sobre o rosto.

— Se eu te contar algo, você não conta pra ninguém? — Ele diz e rapidamente se vira olhando para os outros, provavelmente para ter certeza de que não estão nos ouvindo.

José e os NERDS Contra o MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora