capítulo 29

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Carol Narrando

Arrumei minha última mala, e arrastei uma por uma, dei uma última olhada em casa sentindo um aperto no peito.

A casa onde eu cresci passei a melhor infância que poderia, e agora cá estou eu, nem saber para onde eu vou eu sei.

Passei pela grande porta de madeira refinada, e olhei a expressão fechada de meus pais, abaxei a cabeça meio envergonhada e coloquei as malas com dificuldade no porta malas de meu carro, assim que termino jogo minha bolsa no banco do bagageiro e vou até meus pais.

Carol_ aqui está todas as chaves de casa e o controle do portão.- estendo as coisas para eles que olham com nojo.

Mamãe _ coloque as no chão irei pedir para empregada as jogarem fora.- disse com desdém.

Carol_ tudo bem então.- engulo as lágrimas em seco, o desprezo é a pior sensação ainda mais vindo de quem você mais ama.

Papai_ Espero que você leve uma vida miserável, porque é isso que tu és, uma prostituta dissimulada.- colocou as mãos em sua calça social.

Peguei a sacola a sapecando longe, tudo bem que são meus pais mas não sou obrigada a escutar isso, levanto a cabeça os encarando e dei um sorriso sarcástico.

Carol_ vão pro inferno.- saio praticamente correndo e entro em meu carro.

Eles não são pais de verdade, pais não julgam o filho e nem o desprezam muito pelo contrário, e isso que mais me magoa meus pais só visam o dinheiro e sua imagem.

Coloco à chave na ignição dando ré, olho pelo retrovisor vendo suas caras de raiva, balancei a cabeça em negação.

Talvez eu esteja sendo uma pessoa mimada e hipócrita pois sei que estou errada, mas nunca imaginei que eles me tratariam dessa maneira.

Passo por cima das chaves que deixei no chão, e vou para Deus sabe onde.

.....

Passei pela baixada fluminense e segui reto, estava indo para casa de uma amiga que mora por aqui, era a única maneira.

Paro em um posto e abasteço meu carro que já estava saindo da reserva, pego meu cartão e entrego para o atendente.

_ Moça seu cartão foi negado.- arregalei os olhos.

Não é possível que papai fez isso, deixo uma lágrima e escapar, e abro minha carteira vendo algumas notas, pego a de cinqüenta e o entrego, que me entrega o troco de nove reais.

Quero só ver como vou me sustentar daqui pra frente, meu cartão que eu pagava as minhas despesas papai bloqueou, nunca pensei que iria passar por tanta humilhação em toda minha vida.

Carol _ moço o senhor sabe onde tem quitinetes por aqui ou casinhas baratas para alugar.- pergunto esperançosa.

Ele coça a cabeça (vixi tá com piolho.-penso-.) e olha para os lados meio contrariado.

_ moça por aqui só tem as comunidades que eu conheço mais barato, mas a senhora tem cara de madame, não sei se vai querer.- assenti.

Carol_ sim claro que eu quero, qual é a mais perto.- ele para e pensa um pouco.

_ da qui é só o alemão, mas se tu seguir toda vida reto aqui a senhora passa de frente a favela do dendê.- assenti.- mas demora um pouco, agora se tu for por aqui.- apontou para o lado aposto.- tu pega o viaduto e entra na primeira a direita e vai retão que tu chega lá.- olhou no relógio.

Carol_ ok obrigado moço.- ele deu um sorriso amigável e foi atender outra pessoa.

Dou partida no carro com uma alegria que não sei explicar, já fui no morro do alemão e gostei da estadia lá apesar dos apesares e saber que lá como todas as outras tem seus perigos extensos.

........

Entro na comunidade e paço pela barreira depois de uma revista em meu carro chata pra caralho, subo o morro com cautela, entro em rua um pouco estreita e vejo um grupo de homens em baixo de uma lona e várias motos ao redor.

Já que ninguém me conhece e me olham um pouco atravessado o porque também não sei, hipocrisia é o nome, vejo uma menina sorrindo para os moços de baixo da lona, meu santo bateu com o dela não sei porque.

Paro o carro ao seu lado e vejo a mesma me encarar um pouco desconfiada.

_oi, meu nome é carol, estou a procura de casas para alugar você sabe onde.- pergunto.

A menina me olha por um tempo e responde.

_ moça eu acho que tem casas para alugar mas é do outro lado do morro.- diz simpática.

Um homem moreno para do lado da menina e me encara olho para o mesmo um pouco envergonhada nunca senti isso, mas ele é tipo uau sem camisa um pouco magricelo mas bonito.

_ te autorizaram subir.- perguntou rude.

Carol _ se eu tô aqui é porque autorizaram.- fecho o semblante ficando seria.

Cada coisa viu, já não gostei nojento, se eu tô aqui é óbvio que deixaram.

_ é... é eu vou indo.- olhou para os lados.- tchau Carol me chamo Eduarda até mais.- sorri para a mesma, por incrível que pareça gostei dessa garota.

_ falo aí morena me chamo rato satisfação.- estendeu a mão para Eduarda que contribui e logo saiu.

Rato _ na moral mermo vaza da aqui.- olhei o mesmo incrédula.

Mas oque é isso?.

Carol_ quem você acha que é pra falar assim comigo.- digo nervosa.

Rato _ o papa Francisco.- diz sarcástico cruzando os braços.- agora vaza daqui o vagabunda.- desço do carro e meto uma mãozada na fuça dele.

Carol_ vai se fuder o idiota, você nem me conhece e acho bom não conhecer.- viro as costas voltando para o carro.

Ok! Eu izagerei um pouco mas foi por uma boa causa.

Ligo o carro e quando estou dando partida ouço tiros e o carro estremecer.

Arregalo os olhos e olho assustada para rato que tá com a arma apontada para os pneus do carro morrendo de rir, ridículo.

Carol_ seu filho da puta.- desci de novo da porqueira do carro.- seu imbecil quero nem saber se vira e arruma.- ele negou virando as costas e saiu andando.- volta aqui.- gritei.

Rato_ teu carro é mó da hora vou pegar ele e levar pro desmanche tô precisando de grana mesmo.- deu outra risada montando na moto e me deixando ali com cara de tacho.

A mas ele me paga a se paga.

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