Bem-vinda a corporação

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O sinal escandaloso anunciava o fim do primeiro turno de aulas, dando espaço ao intervalo. Tzuyu guardava o material com certa lentidão. Estava cansada, havia ficado até tarde se remoendo e pensando na tarde que passou junto de Sana.

Se recordava com clareza de todos os sorrisos e olhares que trocaram. E até mesmo riu sozinha durante a noite quando se lembrou de Sana a julgando por ser péssima em videogames. Foi uma tarde tão boa.

Falando em Sana, ela chegou junto de Dahyun, logo não falou com si no início da aula. E ainda que se sentisse aliviada por não ter que ter contato com a amiga nada simpática de Sana, uma parte de si sentia-se triste por não ter aquele sorriso direcionado a si de manhã.

Viu a garota, que hoje usava uma gargantilha preta no pescoço, passar pela porta junto de Dahyun para ir pro intervalo e suspirou entristecida. Voltou a organizar o material antes de descer. No entanto, ouviu uma pessoa retornar para a sala. Seu coração pulou ao conseguir identificar o cheiro único de morango.

— Bom dia. — Sana disse ao se aproximar — Não quer passar o recreio com a gente? Sabe — coçou a nuca — a Dahyun não vai muito com a sua cara por causa do ponto em física, mas ela é legal e tenho certeza que vocês vão se dar bem.

— Bom dia, Sana. Desculpa, mas não me sinto confortável.

— Ah, vamos!

— Você não me quer por perto, eu sou...

— Nem termina essa frase! — fitou o semblante da mais nova. — Quero você comigo no recreio.

— Sana...

— Mas, se você não quer ficar comigo lá embaixo, então eu vou ficar com você aqui em cima.

— O que?

— Isso mesmo que você ouviu. — sentou-se na cadeira ao lado da mais nova. — Você não vai sair daqui.

— Você não pode perder o intervalo. — tentou argumentar.

— Não vou perder.

— Sua amiga está te esperando.

— Mas eu estou com minha nova amiga agora.

Tzuyu sentiu uma felicidade quentinha aquecer seu corpo. Olhou a fonte de seus desejos nos olhos, não sabia de onde tinha tirado coragem para tal.

— Poxa, não acho justo você ficar sozinha o tempo todo. Só não falei com você mais cedo porque achei que você e a Dahyun me matariam! — continuou a japonesa.

— Não tenho coragem para matar alguém.

— Ótimo, então você não vai se importar de falar com a Dahyun na saída.

— Não concordei com isso.

— Shiu, concordou sim! — sorriu. — O que vamos fazer hoje?

— Como assim, vamos?

— Ah, é que hoje é dia par. Pensei em comer a comida deliciosa da sua mãe enquanto você entra em contato com sua irmã, para a gente poder jogar.

— Sem chances.

— Você nem tentou, Tzuyu!

— Não é simples assim.

— Se você não consegue digitar uma mensagem, pode deixar que eu digito...

— Menos chances ainda.

— Olha, só tem uma vaga para amiga com problemas com a família, e essa vaga é minha... — disse sorrindo — Você pode ficar com a vaga de amiga que colabora com a amiga que tem problemas...

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