Torta do amor

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— Mãe... — gritou ansiosa — Temos visita!

— Oh, querida — sua mãe respondeu da cozinha — Avise a visita que sua irmã demorará a chegar, mas que ela pode almoçar conosco.

Sana olhou curiosa para a mais alta. Tzuyu caminhou até a cozinha acompanhada de seu amor secreto.

— Na verdade, mãe, é uma colega minha... da escola.

A mãe da garota virou-se rapidamente com o maior sorriso que Tzuyu já virá. — Amiga sua? — ela estava visivelmente orgulhosa. — A Tzu não é de trazer amigas aqui... é um prazer imenso te conhecer... quer almoçar conosco? — Tzuyu corou violentamente.

— Claro! Senhora...

— Apenas Senhora Chou, ou Yenling, ou tia, a forma que você preferir!

— Bom, será um prazer almoçar aqui, tia! — disse Sana com um belíssimo sorriso estampado no rosto.

— Então vocês são colegas da escola? — Tzuyu queria morrer com a pergunta da mãe. Manteve-se de pé e cabeça abaixada. Aquela com certeza era umas das cenas mais constrangedoras de sua vida.

— Ah... sim —  Sana olhou discretamente para Tzuyu — Mas a... Tzu não é muito de falar, então eu tive que insistir um pouquinho.

— Ela é bem tímida mesmo. — disse a mãe com a voz serena e calma, com um sorriso orgulhoso no rosto. — Sinta-se em casa, minha querida. Acho melhor vocês irem fazer algo até o almoço ficar pronto — Sana concordou com a cabeça de forma simpática. — Filha, meu amor, que tal mostrar seu quarto à ela?

Tzuyu sentiu uma queimação subir pela garganta antes de concordar. Levar o seu amor até o seu quarto? Isso só havia acontecido em suas fantasias mais ousadas.

Sem mais nenhuma palavra, saiu da cozinha acompanhada da sua unnie.

Chegaram ao quarto e agradeceu internamente pelo fato de que ser lésbica era uma vergonha e todos os desenhos de Sana estavam devidamente escondidos. Abriu a porta e deu passagem para que a mais velha passasse.

— Woah, que quarto organizado... — ela olhou o troféu das olimpíadas na prateleira. — Nossa, então você ganhou isso? — disse enquanto analisava a estatueta.

— Sim. — respondeu tímida.

— Então você não traz muitos amigos aqui, né? — perguntou, se sentando na cama.

"Eu nunca mais vou lavar essa colcha"

— Na verdade, não tenho muitos amigos. — depositou a mochila na cadeira, tentando fingir serenidade.

Sentia seu corpo pesado. Parecia que seus órgãos eram feitos de chumbo. Nem em seus desejos mais malucos poderia imaginar Sana em seu quarto. Sozinha. Consigo.  Pensou em todas as vezes que se masturbou naquela cama, pensando nela, e corou. Agradeceu por estar de costas.

— Mas por quê?

— Por que o que? — ainda evitou o olhar e tirou o material da mochila, depositando sob a mesa.

— Por que não tem amigos? — falou em um tom simples, como se fosse óbvio.

— Sou um pouco reservada. — estava nervosa, talvez por isso sua voz saiu trêmula.

— Hum... — Sana começou a olhar o quarto, como se quisesse decifrar a menina misteriosa em sua frente. — Você tem desenhos de pessoas para me mostrar? — disse de maneira espontânea.

Tzuyu arregalou os olhos em desespero. Ela tinha muitos desenhos de figuras humanas... figuras humanas femininas... figuras humanas femininas jovens... figuras humanas femininas jovens com olhos brilhantes... figuras humanas parecidas com Minatozaki Sana.

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