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Perdeu o ar no exato instante em que aquelas simples palavras saíram da boca da garota a sua frente. Sana tinha esse efeito nela, e provavelmente em todo mundo.

Encarou as orbes escuras que brilhavam diante da sala parcialmente escura devido as luzes apagadas e janelas fechadas. E novamente, aquele maldito sorriso apareceu.

Aquele sorriso de lado, com o queixo levemente inclinado em uma feição desafiante. Aquele sorriso que fazia Tzuyu estremecer dos pés a cabeça.

Quando percebeu que estava a tempo demais encarando a japonesa, tratou de pigarrear e desviar o olhar, envergonhada com sua admiração nada discreta.

— Eu não entendi muito bem — a mais nova disso baixinho, afastando-se até que estivesse encostada na mesa que um dia pertenceu a um professor.

— Ah, Chewy, você entendeu! — falou risonha, dando alguns passos para frente. Tzuyu engoliu em seco, com medo que ela se aproximasse mais — Eu sei que você entendeu...

Agarrou com força a madeira da mesa, usando o objeto para descontar sua ansiedade e também servir como suporte para seu corpo que parecia que iria derreter a qualquer momento.

Sana não era saudável para seu físico e muito menos para sua mente.

— Sannie, é perigoso — disse o óbvio, mordendo o lábio inferior ao que a japonesa deu mais um passo.

— Você é perigosa — a outra rebateu, dando mais dois passos para frente — Ou você acha que tem o direito de morder esse lábio dessa forma tão... — ela deu mais um passo, encurralando finalmente a mais nova contra a mesa.

A frase morreu no ar, a respiração das duas estavam longe do habitual e os olhos se envolviam em uma intensidade que poderia ser sentida por qualquer um que visse aquela cena.

Sana desceu o olhar, parando nos lábios vermelhos entreabertos da mais alta. Umedeceu o seus próprios lábios, ansiando o momento em que suas bocas se encontrariam novamente.

— Eu posso? — a japonesa perguntou em um sussurro quase inaudível, recebendo como confirmação um aceno receoso da outra.

Tzuyu prendeu a respiração. Iria acontecer de novo. Sana iria a beijar de novo. Iria explorar mais aquela sensação gostosa que havia sentido na noite anterior, a sensação que fazia seu peito aquecer e suas pernas perderem a força magicamente.

Precisava daquele contato, necessitava.

Sana era uma droga. Essa era a melhor definição existente para ela. Depois que se prova, é impossível parar.

E por isso, foi Tzuyu quem agarrou o cabelo da outra e a puxou para um beijo necessitado e intenso, que fez Sana arfar em um misto de surpresa e satisfação em ter finalmente os lábios da mais nova aos seus.

Ambas, ao mesmo tempo, sentiram-se ir ao céu durante aquele beijo. No entanto, mesmo o beijo ainda rolando, coisas diferentes passavam na cabeças das estrangeiras.

Tzuyu pensava em como aquilo era maravilhosamente bom, mas tinha medo de que alguém entrasse repentinamente e as pegassem no flagra, gerando um caos trevoso em sua vida.

Sana pensava em aprofundar o beijo, queria mais da mais nova. Apenas tinha medo de ir rápido demais, de maneira alguma queria a assustar com sua ansiedade por um contato mais íntimo. E de forma ou de outra, aquele beijo teria que acabar logo.

O que a mais velha não sabia, era que Tzuyu ansiava por aquilo como nunca. Só era insegura e tímida demais para dizer com todas as palavras para a japonesa que queria.

As bocas se descolaram quando o ar faltou. Continuaram com as testas coladas, ouvindo a respiração descontrolada uma da outra.

Tzuyu, pela segunda vez, havia sentido a melhor sensação de todas. Beijar Sana era algo esplêndido, algo surreal que fazia bichinhos brincarem em seu estômago.

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