O encontro perfeito

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Fechou o aplicativo de conversas e guardou o celular no bolso. Encarou o rio com a boca aberta em puro choque.

Isso não podia estar acontecendo.

Sentia um embrulho no estômago. Como iria encarar Sana agora e fingir que não sabia daquela informação muitíssima importante? Ela havia se declarado para si! Tudo bem que ela não sabia que tinha feito isso, mas mesmo assim, Tzuyu não queria encarar a mais velha.

Apesar de toda a culpa e medo que sentia, um sentimento novo também estava presente. Tzuyu não sabia dizer o que estava acontecendo, era um misto de sentimentos e sensações que não poderiam ser explicadas por ninguém. A ansiedade ia tomando cada pedacinho de si, traduzindo-se em tremores pelas extremidades de seu corpo.

O fato de saber que Sana estava apaixonada, e por si, incomodava Tzuyu de uma forma enorme. Seu coração batia tão rápido e sua mente trabalha a mil para tentar achar um sentimento principal para tomar seu corpo.

Tzuyu nunca soube lidar muito bem com sentimentos internos, e sentir muitos de uma só vez não era saudável para sua cabeça.

E então, a ficha caiu.

— Ela gosta de mim... — sussurrou, ainda encarando o rio. Um sorriso quis surgir em sua boca avermelhada.

De repente, os turistas e pessoas em volta fazendo todo aquele barulho não parecia mais tão importante assim. Era como se todo o som do mundo estivesse abafado, e por isso, Tzuyu sentia facilmente o quanto seu coração batia rápido.

Queria gritar. De dor, de angústia, de culpa, de felicidade... Queria só se debater até que sua mente estivesse em ordem novamente e pudesse tomar uma decisão sensata diante dessa situação.

Além de que claro, era uma perfeita oportunidade para sumir com o "admirador". Como Sana estava apaixonada, não iria ficar triste, talvez até ficasse feliz.

Porém, antes que pudesse surtar finalmente, uma mão em seu ombro a fez se virar assustada.

— Ei,voltei!

Era Sana. Com um sorriso enorme e os olhos estreitados, como se soubesse tudo que se passava na mente da mais nova. Em sua mão direita, uma sacola de supermercado.

Encarou por mais um tempo a japonesa, tentando, de alguma forma, decifrar o misterioso sorriso que seu rosto apresentava. Ela parecia feliz, mas, tinha algo a mais ali. Tzuyu sabia disso, conhecia aquele sorriso meio travesso, como o de uma criança que acabou de aprontar.

— Eu preciso que você me acompanhe agora, sim? — a voz tirou-a dos devaneios que sua mente começava a entrar.

Queria responder, queria parecer tão menos suspeita, mas sua voz não queria sair. Abriu a boca algumas vezes para tentar falar algo, mas nada saía. Estava em choque, era muita informação para apenas uma hora.

Sem ter mais saída, apenas confirmou com a cabeça.

Sua mão direita foi novamente agarrada e teve seus dedos entrelaçados. Tzuyu estava começando a se acostumar com isso, com a mão de sua unnie junto da sua. O jeito que seus dedos se entrelaçavam era magnífico, por isso, enquanto Sana a arrastava para um lugar desconhecido, Tzuyu manteve seu olhar neles.

Apenas subiu o olhar quando Sana parou, consequentemente fazendo Tzuyu bater em suas costas. Olhou em volta confusa, ainda estavam na ponte, mas não tinha mais gente em volta e estava escuro.

— Não faça barulho, ok? — a mais velha pediu em um sussurro, aproximando-se cada vez mais do parapeito — Eu não planejei isso com antecedência, então... — virou para trás sorrindo com a língua entre os dentes — Estamos fazendo algo ilegal agora.

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