Trabalho em dupla e pudim dos corações partidos

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As aulas seguiam normalmente. Tzuyu já havia terminado a prova de História, então foi liberada pela professora para sair de sala e esperar até o sinal da saída tocar. Foi direto para um banco no corredor perto da sala, era lá que os alunos que terminavam a prova ficavam.

Claro, a prova estava mais do que fácil. Bastou uma olhada para que ela respondesse tudo em menos de dez minutos.

Com o caderno em mãos, começou a desenhar, começando com leves traços. Logo, os traços iam dando imagem a uma linda raposa em uma escura floresta. Sorriu minimamente, estava gostando do resultado.

— Você desenha bem.

Travou diante do hálito quente em seu ouvido e parou de desenhar. Estava com medo de se virar e descobrir quem era, apesar de já ter uma ideia de quem seja. Sem escolhas, virou a cabeça lentamente para o ser.

Minatozaki Sana. Minatozaki Sana estava atrás de si com um sorriso fofo nos lábios. Seus rostos estavam próximos.

Claro, Sana era ótima em história.

Sua garganta secou e seus olhos arregalaram-se conforme ia caindo a ficha de quem estava ali, falando com si.

"Droga, Tzuyu! Fale algo!"

— O-Obrigada.

Virou a cabeça de volta para o caderno e fechou os olhos com força, desejando que o sinal tocasse logo. Ao mesmo tempo que falar com Sana era seu maior sonho, também era seu maior pesadelo.

Viu por canto de olho Sana dar a volta no banco e se sentar ao seu lado. Comprimiu os lábios e, segurando o lápis com força, voltou a rabiscar, de forma bem mais rápida e desgovernada do que antes.

— Por que uma raposa? — Sana questionou após alguns segundos de silêncio entre as duas.

Prendeu o ar novamente. Queria mais do que tudo que o sinal tocasse, alguém mais terminasse a prova ou qualquer outra coisa que pudesse tirar a japonesa para longe de si.

Quem ela estava querendo enganar, só o fato de Sana estar ao seu lado a deixava completamente boba e com uma enorme vontade de sorrir.

Em uma última puxada de ar, começou a falar de forma tímida e baixa.

— Raposas são bonitas, mas traiçoeiras. Eu gosto do contexto por  trás disso.

— Costumam falar que eu pareço com uma raposa, agora me sinto ofendida. — falou risonha a japonesa, entrertida com os movimentos que a mão da outra fazia.

Tzuyu negou e levantou a cabeça para encarar Sana; Porém, antes que pudesse falar qualquer coisa o coordenador Go Minjun para na frente das duas adolescentes.

— Segundo ano A? — ele pergunta, sem tirar os olhos da prancheta que segurava.

— Sim, mas estamos em prova agora. — Sana respondeu por ambas.

O coordenador levanta o olhar ao ouvir a voz da Minatozaki, abriu um sorriso.

— Olá Sana, poderia me informar quantos estrangeiros existem na sala? — era notável que ele estava muito mais gentil pelo fato de ser Sana quem estava ali.

Tzuyu manteu os olhos no desenho, não queria interromper de nenhuma forma a conversa dos dois. Pelo contrário, se pudessem continuar nessa conversa até o sinal tocar seria ótimo.

— Comigo são cinco.

Suspirou, teria que interromper.

— Seis. — corrigiu, chamando a atenção dos dois para si. — Eu também sou estrangeira.

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