O pedido

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Quando Tzuyu acordou com alguém a balançando, demorou alguns minutos para sua mente focar em qualquer coisa. Ignorou a dor de cabeça que lhe atingiu com força assim que abriu os olhos e se pôs a observar o quarto bagunçado, constatando no mesmo segundo que era o quarto de Sana. Olhou para o lado, observando a pequena figura parada ao lado da cama.

— Bom dia, noona!

Fechou os olhos com o volume alto da voz do garoto e fungou.

— Bom dia, Taemin. — saudou, sentando-se preguiçosamente na cama, franzindo o cenho com sua voz levemente rouca — Aonde está sua irmã, hm?

— Ela saiu e me disse pra não te acordar. — sorriu desconcertado, passando a olhar para seus próprios pés — Mas eu quero beber água e não alcanço a garrafa...

Sorriu pela fofura de Taemin e se levantou lentamente, ficando tonta automaticamente. Levou a mão a testa e massageou ali enquanto guiava o garotinho até o andar de baixo, aonde o colocou sentado no balcão e pegou um copo de plástico para colocar a água.

Ao julgar pela brisa fria e o céu que viu pela janela, Tzuyu poderia dizer que ainda era umas seis ou sete da manhã. O que a fez questionar o que Sana estaria fazendo fora de casa a essa hora.

De mãos dadas com Taemin, foi até o quarto que os dois irmãos dividiam e acordou Heechul com calma. Afinal, ainda era terça e eles precisavam ir a escola. Mandou os dois para o banho e se dirigiu de volta para a cozinha, aonde improvisou alguns ovos mexidos e deu um jeito de fazer um suco. Voltou para o quarto, vestiu os garotos com o uniforme da escolinha e sorriu ao ver que ambos já sabiam a amarrar os cadarços com maestria. Voltou para a cozinha com os dois pequenos e os serviu.

Isso foi cansativo. Não sabia como Sana aguentava fazer isso tudo e ainda se arrumar para a escola.

Paralisou. A escola! Droga, agora provavelmente teria que faltar, não daria tempo de entrar. Teria um vermelho no boletim e seu pai lhe mataria.

— Noona, eu não sei fazer isso aqui... — Heechul a chamou, apontando para o pequeno caderno aberto sobre a mesa — Como assim dividir?

Tzuyu analisou o probleminha fácil e sorriu.

— É fácil. Olha, você só precisa separar as maçãs das laranjas e contar quantas tem. Daí, você soma e divide pelo número de pessoas. — tentou explicar, vendo que o mais velho dos irmãos fez uma cara confusa — Você consegue, é só fazer a mesma coisa que fez no último.

— Eu odeio matemática... — murmurou.

— Você sabe aonde sua irmã foi? — perguntou para Heechul enquanto ajeitava com os dedos as madeixas negras do mais novo.

Heechul negou com a cabeça e Tzuyu suspirou fundo, começando a se preocupar.

Depois dos dois meninos estarem prontos e impecáveis para a aula, Tzuyu os acompanhou até a porta, aonde uma senhorinha de meia idade esperava com mais alguma crianças. A Chou descobriu que Sana havia pedido para a vizinha levá-los na escola bem cedo, o que apenas aumentou sua curiosidade.

Estar na casa de Sana sem Sana era estranho.

Lembrava-se com clareza de depois de terem se beijado embaixo da chuva, decidirem correr para a casa mais próxima, que no caso era a da Minatozaki. Cada uma tomou um banho separado e Sana a emprestou algumas roupas confortáveis para dormir. Todo o processo foi feito em silêncio, sem trocarem sequer uma palavra. E Tzuyu estava tão exausta que assim que deitou na cama da mais velha, adormeceu.

Lavou a louça que ela e os meninos sujaram e já ia em direção ao quarto da japonesa, tendo em mente achar o seu celular e ligar para a mesma. Mas assim que subiu o primeiro degrau, foi obrigada a recuar e olhar para o corredor que dava para o quarto da mãe de Sana com total choque.

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