Rio Han

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Três semanas se passaram desde que fora dormir na casa de Sana, três semanas que as duas aumentavam os laços entre elas.

Sana continuava frequentando sua casa dia sim e dia não, e ainda fazia questão de ajudar a mãe de Tzuyu nas tarefas domésticas, já que sua própria mãe havia começado tratamento domiciliar com um psiquiatra e um terapeuta pagos pelo pai de Tzuyu.

Ela agradecia a todo momento pela gentileza do Chou mais velho em pagar o tratamento de sua mãe e se sentia obrigada a retribuir, mesmo que a família Chou não quisesse aceitar seus favores.

No último sábado, levou um pudim de leite para o pai de Tzuyu em forma de agradecimento por tudo que ele estava fazendo à si e sua família – isso porque ela nem imaginava que Mina estava trabalhando em um projeto para dar um jeito na casa.

O Senhor Chou era sempre muito fraternal com Sana. Perguntava-lhe sobre a escola e sobre os irmãos. Preocupava-se com a alimentação dos quatro Minatozaki e mandava sempre entregar alguma coisa de comer na casa da japonesa.

Tzuyu não reconhecia seu pai. Sempre o achara rude e cruel, mas a verdade é que desde que apresentara Sana, conheceu uma faceta mais humana no genitor. Não que ele tivesse deixado de ser carrancudo, pelo contrário. Agora não era só rígido consigo, mas também mostrava seu lado autoritário para Sana, exigindo-lhe notas boas na escola.

O pior – e mais engraçado – era que Sana parecia gostar de toda essa cobrança que sempre dava dor de cabeça em Tzuyu. Às vezes Tzuyu se perguntava o porquê de Sana sempre sorrir tanto depois de receber uma bronca por apresentar um dever "desleixado" na visão do pai da mais nova.

Ela não se incomodava e ainda tentava impressionar o mais velho. Além disso, Tzuyu sentia Sana mais próxima de si. A japonesa já a convidou para dormir em sua casa duas vezes, mas o pai não permitiu, alegou ser um castigo pela nota vermelha de Sana em física.

Ainda assim se falavam o tempo todo, Tzuyu tinha contato com Sana em praticamente todas as suas horas do dia. De manhã na escola, de tarde quando a mais velha ia à sua casa e de noite, quando trocava mensagens com Secreto.

Sana fazia parte de sua vida agora.

— Tzuyu, terminamos! — ouviu sua mãe gritar do andar de baixo e sorriu.

Era apenas mais uma das tardes que Sana passava em sua casa. Ela e sua mãe estavam treinando culinária dia sim e dia não após a escola, e enquanto a mãe ensinava Sana, Tzuyu era mandada para o quarto para não atrapalhar o desempenho da Minatozaki com distrações.

Desceu as escadas correndo, vendo Sana já sentada à mesa com o celular na mão.

— Se saiu bem? — perguntou para Sana, que levantou o olhar do celular e sorriu.

— Sim, a tia me ensinou a fazer macarrão! — disse sorrindo, bloqueando o aparelho e o guardando — Me diz o que achou depois.

— Ela que fez tudo hoje — a mãe avisou, deixando a travessa com o macarrão na mesa.

As três comeram e Tzuyu se surpreendeu com o gosto, estava ótimo. Elogiou a amiga, que ficou muitíssimo feliz e não parou de sorrir um minuto sequer durante o almoço, que não tardou a terminar. As amigas subiram para o quarto para se arrumar, pois iriam ir para o café perto da casa de Sana.

Tzuyu vestiu o moletom o rosa mais uma vez, ultimamente aquela peça estava a acompanhando para tudo. Adorava sentir o cheirinho de morango para qualquer lugar que ia.

E mais uma vez, Sana começou a tirar a roupa em sua presença. E desviou o olhar, como em todas as outras vezes.

— Somos garotas, Chewy — Sana disse rindo, como sempre dizia.

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