Chou Tzuyu; epílogo

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Chou Tzuyu.

Ela era boa.

Ela era boa em tudo que fazia.

Era boa nas matérias de escola, principalmente história e matemática, e tinha um apreço especial por física. Era boa com tudo que envolvia arte, ou seja, dançava, cantava, desenhava, pintava, compunha, escrevia e criava, tudo isso excepcionalmente bem.

Era uma ótima filha também. Era respeitosa e amava os abraços dos pais, que eram seus grandes amores. Além de tudo, se esforçava para ser uma ótima irmã, até mesmo quando sua irmã mais velha se mudou.

Ganhou a última Olimpíadas de Matemática, ganhou como Rainha do baile e terminou o ano letivo com ótimas notas. Não dormia tão cedo, às vezes madrugava conversando com o motivo de seus surtos diários. Lutava para conseguir manter uma alimentação saudável, o que era difícil com as pessoas que tinha a sua volta e, duas vezes por semana, corria ao redor do bairro com seu pai para manter a forma.

É, Chou Tzuyu era boa em quase tudo que fazia.

Ela era tão boa, mas tão boa, que conseguiu superar as coisas ruins. Superou a timidez, a ansiedade, os pensamentos depreciativos. E o que mais a deixa feliz: superou algo que, até um tempo atrás, era horrível.

Se relacionar.

Tzuyu tinha agora amigos maravilhosos, engraçados e incríveis. Os amava com tudo de si, e por mais que não demonstrasse muito por conta de sua personalidade naturalmente quieta, sabia que eles sabiam.

Havia Nayeon e Dahyun, que passaram por um momento conturbado mas que se acertaram e hoje namoram e até mesmo moram juntas.

Tinha Jihyo, que acabara o Ensino Médio e resolveu que iria seguir carreia como Idol, começando a treinar todos os dias dança com Momo, o que gerava muitas piadinhas maliciosas das outras amigas.

Jeongyeon era a garçonete do bar de Jihyo, e recentemente descobriu que gostaria de fazer faculdade, e quando conseguiu entrar em uma, foi feita uma verdadeira festa no local onde trabalha.

Guanlin era seu Miss Taiwan, o garoto gentil e simpático finalmente achou o amor de sua vida em uma livraria. A garota era muito gentil e Guanlin a tratava como uma princesa. Tzuyu os achava fofos.

Jungkook, seu antigo admirador, estava firme em seu relacionamento com Lisa. E Tzuyu amava vê-los dançarem juntos, era incrível.

E bom, tinha Chaeyoung, que estava saindo com a irmã mais velha da Chou. No início, quando Mina a contou, Tzuyu estranhou e precisou de uns bons minutos raciocinando a informação, mas ao ver o sorriso no rosto da irmã, só conseguiu desejar felicidades ao novo casal e torcer para que ficassem juntas por um bom tempo.

Esses eram seus amigos, seu grupinho. Quando estava com problemas, eles a ajudavam. Todo final de semana saíam, seja para o Rollin's ou somente para andarem sem rumo pela cidade. Zelaria por essas amizades para sempre.

Mas para Tzuyu, esse não era o único fator importante de sua vida. Veio ao mundo de um jeito mais especial. Algo que só de pensar tornava-se mais confiante.

Era lésbica.

Não sabe ao certo quando descobriu que não gostava de garotos e sim de garotas. Apenas que isso é, e sempre será, seu maior orgulho.

Em uma cultura rigorosa e preconceituosa como a da Coreia, assumir homossexualidade era assumir uma constante luta. E Tzuyu lutava todos os dias, lutava com gosto e sempre vencia, era uma das fundadoras de um clube LGBTQI+ na escola, que surpreendentemente atraiu uma boa quantidade de participantes.

Era essa sua luta.

Seu maior aspecto.

Sua maior honra.

Seu maior orgulho.

Estudava no terceiro ano do ensino médio, mesmo ainda tendo apenas 16 anos. Logo iria para uma faculdade, uma que envolvia o que mais gostava: a arte. Em sua turma havia uma garota específica. A causa de seus sorrisos e risadas.

Minatozaki Sana era o nome do amor de sua vida.

Extrovertida e animada, para provar o seu total oposto de si.

Sana era sua namorada, sua amiga, sua companheira, sua confidente. Sana era a garota que amava e sempre amaria. Era a garota na qual teve seu coração disparando primeiro, com quem teve seu primeiro beijo, com quem teve sua primeira vez – Tzuyu descobriu que não era tão ativa quanto pensava. Ela amava Sana.

E, felizmente, Sana a amava de volta, na mesma intensidade, Sana era magnífica. Sua maior felicidade.

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