Capítulo 04-03

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Anna Luíza e Rebeca saiam do pavilhão cinco rumo ao pátio coberto. Uma fina chuva ainda caia em suas cabeças umedecendo o cabelo das duas, mas elas não se importavam, pois tinham diferenças a serem resolvidas.

— Você adora roubar o meu lugar, não é? — Anna Luíza disparou passos atrás de sua inimiga, que se virou para encará-la com a feição amarrada e nada contente. — Teu maior sonho, Rebeca, é ser igual a mim.

Rebeca deu uma gargalhada que a impulsionou centímetros para trás, encurvando a coluna e levando a mão fina ao estômago.

— Faz-me rir, "Anta" Luíza — Rebeca deu um passo à frente fechando o semblante. — Sabe qual é o seu maior defeito, além das sobrancelhas malfeitas? Seu superego. Você acredita que o mundo gira em torno de você, e se você não existisse, o mundo seria chato. Mas deixe eu te dizer algo, não seria não! O mundo estaria bem melhor sem você e essa sua cara de labrador faminto.

— Olha quem fala. A menina que não tem personalidade, que gosta de me copiar. Que não tem ideias próprias. Me se inscrevo para desfilar, você se inscreve. Se quero ser presidente de sala, você também quer. Tudo o que eu faço, você também quer fazer, menos depilar o nariz.

— Claro, isso dói — afirmou Rebeca revirando os olhos.

— Você não consegue fazer nada por você mesmo, Rebeca. Sempre tem que ficar me imitando. Me seguindo nas redes sociais com um perfil fake para não perder nada do que eu faço.

— Eu não tenho perfil fake.

— Ah, vai me dizer que "ruivinha sedutora" não é você — Anna Luíza indagou arregalando os olhos e vendo sua inimiga engasgar.

— Não. Eu nem sou ruiva.

— O que seria um perfil fake perfeito.

— Quer saber, não sou obrigada a ficar ouvindo essas asneiras.

Rebeca deu as costas marchando novamente rumo ao pátio coberto. Mas Anna Luíza não iria desistir tão fácil. Quando Anna começava a irritar sua inimiga, ela não gostava de parar tão cedo.

— Isso mesmo, fuja. A única coisa que você é boa.

Rebeca se virou com raiva nos olhos e cuspindo palavras com um pouco de saliva.

— Você torra a minha paciência desde o sexto ano! Estou cansada disso já.

— Não! Você é que me enche o saco e fica tentando ocupar o meu lugar neste colégio.

— Lugar? O único local apropriado para você é a prisão!

— E o teu é no veterinário! Você deve estar com raiva, porque já está espumando pela boca — Anna segurou um riso frouxo, principalmente quando Rebeca usou o pulso esquerdo para limpar o canto da boca.

— Você não deveria estudar neste colégio. Você não tem classe, educação.

— Não tenho educação? Não mesmo?

Anna Luíza usou o sarcasmo para distrair sua inimiga, enquanto ela se encaminhava até perto de um grande canteiro de flores e terra úmida. Na lateral, havia um minicampo de grama bem aparada e completamente encharcado pela chuva, deixando um lamaceiro à vista.

Anna agarrou um punhado de terra lamacenta e mirou em Rebeca, atirando segundos depois e sujando sua inimiga.

— Você é louca — proferiu Rebeca ficando vermelha de raiva. — Olha o que você fez.

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