Capítulo 13-03

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Com a saída do Diretor do seu posto de guarda-vidas, Anna Luíza lançou um olhar significativo para Amanda que o entendeu de imediato, saindo da quadra também.

Anna foi até a entrada do colégio fazendo o sinal para o contratado do Pet shop soltar sua porca e os amiguinhos. Anna correu de volta para a festa, sentando-se em uma mesa desfrutando dos aperitivos e mexendo o corpo conforme a música que embalava a festa.

Não demorou muito para a quadra ser invadida por uma porca, que crescera mais desde quando foi adquirida, carregando na parte de trás latinhas que ecoavam por todo o salão improvisado. Juntamente com ela, vinha mais onze porcos todos sedentos por comida que começavam a cheirar os vestidos dos adolescentes, os sapatos do meninos e lamber a boca de Leci quando ela agarrou um.

Os gritos dos convidados reverberavam pela quadra ultrapassando os pavilhões chegando até a sala do senhor Diretor, que acabara de depositar a urna em cima de sua mesa e já saia desesperado para ver o que estava acontecendo, sem perceber que uma de suas alunas invadia a sala e fazia a troca da caixa de madeira.

O senhor chegou na quadra vendo sua festa tomada por gritos de alunas escandalosas e Leci petrificada. Imediatamente, seus olhos percorreram o salão à procura do culpado, que estava sentado deliciando-se com uma coxinha de frango.

— O que você está fazendo? — indagou a autoridade.

— Sentada comendo — respondeu Anna Luíza, serenamente.

— O que a Elvira está fazendo aqui? — entoou Marcos perdendo a paciência.

— Você a convi... Ah, você tá falando da porca né. Eu não sei, talvez ela tenha nos seguido até aqui — murmurou Anna encarando o pai.

— Ela não é um cachorro — retrucou Marcos.

— Mas os porcos são muito inteligentes. Nunca leu "A revolução dos bichos"?

— Os porcos são seus? — disse o Diretor.

— Não todos. Só a bailarina e ela não é linda? — apontou Anna, para seu animal fantasiado.

— Tire-os daqui agora! — gritou o senhor Diretor fazendo a menina se levantar, ainda mais quando recebeu um sinal positivo de Amanda que retornara à quadra.

— Tá! Mas não se estressa — disse ela.

Anna Luíza assobiou fazendo Elvira, a porca, correr até seus pés. Os outros animais ainda estavam dispersos e foram agarrados aos poucos.

— Falei que aquela mulher era a Cinderela — murmurou Daniele de cima de uma cadeira. — Esses porcos devem ser o cavalo e a carruagem. Como o encanto acabou, eles voltaram a ser animais.

— O encanto só acaba à meia-noite, Daniele — disse Rebeca ao lado da amiga, e logo se arrependendo de ter dado corda.

— Então a madrinha dessa Cinderela é muito ruim! — murmurou Dani.

O último porco foi agarrado por Anna Luíza, que o passou para o funcionário do Pet shop e, sem perder a oportunidade, a menina proferiu a todos:

— Votem em mim para rainha do baile!

Mas não agradou, muito menos seu pai que a puxou de canto, furioso, sendo seguido por Vivian colado em seus calcanhares.

— Por que você fez isso? — disse o pai, cerrando os dentes.

— Porque a Elvira é da família e precisava vir me ver ganhar a Rainha do baile.

— Pare de ser cínica! — reagiu Marcos.

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