No dia da feira de ciências, os alunos estavam separados por turma e cada uma ocupando um canto do pátio descoberto, coberto e quadra poliesportiva. Em um canto na pequena sombra, a professora Linda coordenava a Turma 201 que se preparava para a apresentação dos projetos para a banca examinadora formada pelo senhor Diretor e Leci.
Matheus e Fábio ajeitavam uma garrafa PET em formato de foguete, encaixando-o em um sistema de bombeamento engatado em um pedal metálico, onde Matheus pressionava com o pé freneticamente.
— Então, por meio da pressão que a gente força no sistema, vai chegar um momento quem que ela será tão grande que romperá o lacre e lançará o foguete céu acima — explicava Fábio à banca examinadora que olhava Matheus suando ao gastar toda sua energia pisando no pedal.
— Porque quanto maior a pressão, maior a força, já que a área de contado da garrafa é constante — finalizou Matheus ofegante.
E, assim, o foguete estourou e partiu para cima fazendo um trajeto curvilíneo até o outro lado do pátio, atingindo a cabeça de um aluno. A dupla se contraiu quando o menino ficou procurando de onde é que veio aquilo que o atingiu.
— Nota nove pelo incidente que vocês provocaram — murmurou o Diretor anotando em sua caderneta.
— Nota onze por ter acertado o aluno — garantiu Leci aos risos e recebendo um olhar de reprovação do seu chefe.
Em uma mesa de frente com a mesa do Marcelo e Tiago, Rebeca e Daniele davam os últimos ajustes no vulcão de argila imponente, que se destacava em meios aos outros experimentos.
— Lembre-se, Daniele, quando o Diretor chegar aqui, nós colocamos essas duas bolinhas de bicabornato de sódio e o vulcão explode jogando sua lava por toda a mesa.
— Espero que ninguém se machuque — falou Daniele preocupada.
— Não é lava de verdade. É uma mistura de vinagre, detergente e corante vermelho. E só podemos fazer isso uma vez, Daniele.
— Tá bem!
— Será que dá tempo de ir ao banheiro? Estou nervosa — murmurou Rebeca colocando a mão no estômago.
— Dá sim. O senhor Diretor está indo em direção ao Marcelo e Tiago.
— Tá. Volto já.
Rebeca deixou a amiga para trás tomando conta do experimento. Leci e o Diretor chegaram em frente à mesa dos meninos que tremiam.
— Nosso experimento se chama "raio-x de ovo" — Tiago disse, como se anunciasse a melhor ideia do planeta.
— A gente queima a casca do ovo e depois o colocamos na água. Assim, conseguiremos ver através da casca, identificando a gema. — Marcelo usou o tom de voz de mágico introduzindo o show principal.
Tiago acendeu uma vela e, depois de quatro tentativas, ela permaneceu acesa. Isso porque Leci sempre a assoprava até que percebeu que a vela fazia parte do experimento.
De um jeito delicado, o menino moreno levou o ovo até a chama torrando a casca em um preto vivo, como carvão. Em um só movimento, ele jogou o ovo em um vasilhame e o ovo se partiu, esparramando gema amarela para todo o lado.
— Marcelo, cadê a água da vasilha? — indagou Tiago incrédulo.
— Uai, eu coloquei.
— Acho que eu bebi — confessou Leci. — Desculpe, mas ficar debaixo desse sol a manhã inteira me dá sede.
Revirando os olhos, os meninos refizeram todo o processo, mas, desta vez, Marcelo ficou de olho na vasilha transbordando água cristalina. Quando Tiago imergiu o ovo na água, um borrão se formou através da parede transparente do vasilhame.
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TURMA 201
Teen FictionPara desbravar as aventuras que lhe esperam no segundo ano do ensino médio, a antiga Turma 101 se transformou em Turma 201. Muitos desafios estão cercando esses adolescentes que estão rumo à metade do ensino médio, entre eles o autoconhecimento, pro...