Capítulo 13-02

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Rebeca abria seu armário intacto, completamente desesperada e vendo seu uniforme reserva lá, intocável, e sentiu um alívio.

— Posso falar com você? — disse Marcelo, estacionando ao lado dela.

— Claro.

— Vou direto ao assunto. Não quero fazer campanha para o rei do baile.

— Quê? — reagiu a namorada com a voz ardida. — Nem venha, Marcelo. Já mandei fazer seus cartazes e eles vão ficar prontos amanhã. Fiz até uma manipulação, colocando seu rosto no corpo do Capitão América.

— Mas você precisa respeitar a minha vontade.

— Por quê?

— Porque eu também faço parte deste relacionamento e tenho que ter a minha voz ouvida.

— Eu ouvi e neguei o pedido.

— Como uma juíza?

— Como uma namorada que quer o seu bem. Vai ser legal nós dois em cima do palco sendo coroados gerando inveja em todo o colégio. Seremos o casal mais poderoso do colégio.

— É disso que se trata? Ego? Rebeca, eu estou fora. Não é minha cara tudo isso. Desculpa — falou o menino, não dando chances para sua namorada reagir.

Marcelo se lançou para fora do pavilhão, deixando Rebeca furiosa para trás, por ver que seu sonho poderia não se realizar.

No pátio coberto, Daniele estava de frente a Fábio que comia um sanduíche de queijo.

— Se eu ganhar, vou fazer um decreto — murmurou a menina pensativa.

— Decreto do quê?

— Não é isso que as rainhas fazem? — indagou Daniele, dando ouvidos aos seus devaneios.

— Sim! E presidentes que não sabem governar — murmurou Fábio de boca cheia.

Rebeca os abordou, ainda soltando fogo pelas ventas, desacreditada que Marcelo tomara tal atitude.

— Acredita que o Marcelo desistiu da campanha de Rei do baile? — esbravejou ela puxando uma cadeira e sentando-se.

— Acredito! — disse Fábio. — Ele não estava querendo mesmo. Hoje de manhã conversou com os meninos sobre isso e todos demos nossa opinião. E acho que ele seguiu, principalmente a do Tiago.

— Qual foi a opinião do Tiago? — perguntou Rebeca, com os dentes cerrados.

— Nada de mais. Só dizer a verdade a você.

— Tinha que ser aquele idiota! Eu vou matá-lo! — Rebeca se levantou como um tiro e se precipitou pelo pátio descoberto à procura de Tiago.

O menino estava aos beijos com Amanda, em umas das laterais do pátio descoberto, perto do antigo banheiro unissex que permanecia lacrado e com os dizeres pregado na porta: "Tá apertado(a) e em dúvida de qual banheiro usar? Vá no mato!".

— Você é um idiota! — gritou Rebeca, dando um tapa no ombro do menino. — Tinha que encorajar o Marcelo a me abandonar da campanha de Rei e Rainha do baile?

— Ele não queria, só dei minha opinião.

— A sua opinião pode acabar com meu namoro.

— Não seja tão dramática, Rebeca — murmurou Amanda. — Você nem vai ganhar — terminou a garota, com uma certeza na voz de quem sabia de algo.

— Por que tem tanta certeza, Amanda? — reagiu Rebeca pescando algo no ar. — O que a Anna Luíza está tramando?

— Nada! — respondeu Amanda puxando a mão de Tiago. — Vamos! E, Rebeca, para de ser tão egoísta.

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