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Queima, cabaré.. Queimaaaaa!!

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Com pressa... era o estado em que nos encontrávamos. Acredito nunca ter corrido tanto quanto naquela noite para chegar em um lugar. Nem nas vezes em que me atrasava para a aula e tinha que perseguir o ônibus gesticulando que nem uma louca para que o motorista me visse pelo espelho retrovisor. Ou nem mesmo quando entrava em modulo "Juliana" e eu percebia que tinha deixado a água do café fervendo há horas na chaleira, a transformando em quase carvão. Naquele momento eu correria contra qualquer participante de maratona para chegar em um local privado o suficiente para eu fazer o que queria fazer com aquela garota dos infernos.

Tivemos que sair do casamento um pouco afoitas. Estava tudo correndo bem, mesmo com o incidente do Lucho. Pegamos nossos drinks, fomos para a pista de dança, estávamos nos divertindo bastante. Até minha mãe veio dançar ao nosso lado. Parecíamos duas garotas com histórias de vida tranquilas, nada que desse a entender todo o nosso sofrimento, principalmente todo o sofrimento da juventude de Valentina. Nos movíamos de acordo com o som. Se era agitado, lá estávamos nós girando pela pista. Se era lenta, a puxava pra mim, querendo senti-la sempre bem perto de mim.

Depois de alguns drinks que poderíamos dizer que foram a mais, precisei ir ao banheiro. Avisei a Valentina e me dirigi para a porta do banheiro feminino. Estava ocupado, então fiquei aguardando ligeiramente bêbada para que a pessoa saísse e eu pudesse entrar. Enquanto esperava, fiquei pensando no quanto eu estava feliz naquele momento, sentia meu rosto leve, com certeza eu tinha um sorriso bobo estampado na cara. Eu não me sentia assim...bom, eu nunca tinha me sentido tão completa. Aquele momento era único. E mal sabia eu que ficaria mais ainda.

Foi quando a porta abriu, eu deixei a pessoa passar e quando ia fechar a porta para fazer o que precisava, uma força a empurrou e eu não consegui fecha-la. Olhos famintos adentraram a cabine junto comigo e fui jogada para a parede do banheiro.

- Você achou que eu não viria atrás de você?

- Eu pensei que você fosse conseguir se controlar.

- Juliana, eu me controlei por quase 4 anos. Acho que não consigo mais. Chegou no meu limite. Eu só preciso de uma coisa agora...

- E o que seria, Val? Do que você precisa? – ela me imprensou na parede, colocou seus braços longos ao lado da minha cabeça, apoiando as mãos uma de cada lado, impossibilitando que eu pudesse fugir. Como se eu estivesse pensando nisso. Seus olhos queimavam os meus. Eles tinham uma profundidade que eu só tinha visto uma vez. Aquela vez.

- Eu preciso ouvir.

Meu corpo já estava suado de tanto dançar e agora ele suava mais só de te-la tão perto de mim, com toda aquela quentura me apertando contra a parede fria de azulejo daquele banheiro.

- O que você precisa ouvir? – minha voz saía com rouquidão e uma certa insegurança, pois não estávamos sozinhas naquele local.

- Meu nome. Da sua boca. Agora.

Eu acho que morri naquele momento, já que senti minhas pernas virarem gelatina de tão fraca que eu era por aquela mulher. Ela ia me levar ao ponto alto só falando comigo. Sem nem encostar em nenhuma parte do meu corpo ela já me tinha daquele jeito, imagina se fizesse algo a mais. E não demorou para que isso acontecesse. Senti sua mão subir minha coxa, levantando meu vestido. Eu não tinha forças pra deter aquele movimento, e ela não tirava os olhos dos meus. Ela queria ver a minha reação e a minha vontade, depois de alguns bons drinks, era dar um show pra ela.

O que ficou pra trásOnde histórias criam vida. Descubra agora