Capítulo 20

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— Venha ao escritório, por favor. — Seu tom de voz fez Matheus franzir as sobrancelhas.

— Agora, pai?

— Já! — Desligou o celular sem sequer se despedir.

Matheus saiu da cama e apanhou a chave do carro e sua carteira, que estavam sobre a cômoda.

No elevador, encontrou Vinícius. O amigo aparentava cansaço, como se não tivesse dormido à noite, mas os olhos brilhando e o sorriso de satisfação, fizeram Matheus entender que ele havia se dado bem.

— Isso são horas de chegar em casa, Vinícius Alencar? — provocou, colocando as mãos na cintura e batendo o pé, fingindo impaciência.

— Desculpe, meu bem. Reunião de trabalho, sabe como é. Mas darei toda atenção a você essa noite. — Piscou para ele, entrando na brincadeira. Matheus riu.

— E aí, quem foi a sortuda da vez? — Vinícius sorriu de lado e passou por ele.

— Nem te conto, Matheus... Nem te conto.

As portas se fecharam, impedindo que fizesse qualquer outro questionamento.

Na garagem, entrou em seu carro e partiu rumo ao escritório de seus pais. Na verdade, de seu pai e seu tio. Olívia trabalhara ali durante alguns anos, enquanto ainda advogava, mas após prestar concurso e entrar no Ministério Público, o escritório voltou a ser apenas de Otávio e Gael, mas em breve, quando todos se formassem, acolheria os filhos que decidiram seguir a mesma carreira.

Assim que chegou, piscou para a jovem secretária de seu pai e entrou na sala, sem ser anunciado.

Sentiu o coração dar uma vacilada. As mãos se fecharam em punhos e seu corpo passou a tremer de raiva.

Gael, sentado em sua cadeira, observava atentamente cada reação do filho, aparentando uma tranquilidade que não estava sentindo naquele momento.

— Sente-se — disse o pai, indicando uma cadeira para ele.

— Estou bem assim. — Seu olhar mortal não se desviava da loira que ainda se mantinha de costas para ele, ocupando uma das cadeiras de frente para a mesa.

— A conversa será longa. — O pai insistiu.

— Não, não será. Aliás, nem sei porque me chamou aqui. Não há conversa nenhuma que eu precise ter com essa mulher ou na presença dela.

— Não, Matheus? — Arqueou uma sobrancelha para ele.

Olívia entrou no momento em que o filho estava prestes a responder. Notou a tensão no ambiente, mas ignorou e caminhou até o marido, beijando-lhe os lábios castamente.

— Por que pediu que eu viesse, amor? — Olhou para ele e em seguida, para a loira que estava sentada de frente para eles. — O que está acontecendo aqui?

— Pergunte ao seu filho — disse Gael, e o olhar de Olívia recaiu sobre Matheus.

— Eu não tenho nem ideia!

— Deixe de ser dissimulado, Matheus Bonatti! — O pai se exaltou, encarando-o friamente.

— Dá para alguém me explicar o que está acontecendo aqui? — Olívia olhou do filho para o marido repetidas vezes.

— Eu estou grávida — disse Laís, abrindo a boca pela primeira vez desde que Matheus chegara ali. — Do seu filho.

Olívia olhou em choque para o filho, sentindo Gael se tensionar quando Matheus riu com desdém.

— Conte a eles como você engravidou, filha da puta!

— Tenha modos, Matheus! — Gael o repreendeu severamente. — Isso não é jeito de falar com uma mulher. E sua mãe e eu sabemos perfeitamente como um bebê é feito.

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora