Capítulo 2

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— Que tal sairmos para tomar alguma coisa hoje, amorzinho? — Vinícius interceptou a morena do lado de fora da universidade, empurrando-a delicadamente até tê-la presa entre a parede e seu corpo. Maitê sorriu, arqueando sua sobrancelha. — "Que tal sairmos pra bater um papo e tomar um vinho? Estamos mesmo sozinhos... Estamos mesmo sozinhos" — cantarolou, fazendo-a rir.

— Já pedi para parar com essa merda, Alencar.

— Qual é, Maitê! Não posso ser tão desprezível assim para você. — Fez beicinho.

— Você não é desprezível, amorzinho, eu adoro você. — Tocou seu rosto com carinho, sentindo a barba espessa espetar seus dedos. — Mas não vamos nos pegar. — Piscou para ele.

— Um beijo, Maitê! — suplicou, juntando as mãos em frente ao peito, arrancando dela um delicioso e delicado riso. — Vai me negar um mísero beijo? Vai maltratar esse pobre jovem que clama por seus lábios carnudos e... — Se perdeu nas palavras, descendo o olhar para seus lábios cheios. — Puta que pariu, Maitê! Essa sua boca deveria ser proibida por lei. É sério, me deixa morder ela um pouquinho?

— Morde a minha, filho da puta. — A voz de Matheus fez a irmã gargalhar.

— Tio Gael sabe das suas predileções, meu caro? — perguntou ao se virar para o amigo. — Creio que ele ficaria muito desapontado se soubesse que o filho que se diz tão machão, na verdade, sai por aí pedindo para outros marmanjos morderem a boca dele. — Maitê voltou a rir, enquanto Matheus se esforçava para manter a expressão de seriedade.

— Provavelmente. Mas também ficaria possesso se soubesse que tem marmanjo perseguindo a filhinha preciosa dele. Solte minha irmã, Vinícius — disse seriamente.

— Acho que Maitê não quer que eu a solte, quer, amorzinho?

— Quero. Vaza, Vini. — O empurrou levemente e se pôs ao lado do irmão. — Me dá uma carona para casa? Justo quando decidi vir a pé, o tempo decidiu fechar.

— Porra, Maitê! Tenho compromisso agora, inclusive, estou atrasado — disse o gêmeo.

— Vai deixar sua pobre e doce irmãzinha voltar a pé para casa, sozinha e a essa hora da noite, correndo o risco de ser assaltada, ou pior, estuprada, morta e esquartejada por um psicopata, para depois ser enterrada em uma vala qualquer? — Levou a mão ao peito para dar credibilidade à sua encenação.

— Alô, Rede Globo! Vocês não sabem o que estão perdendo! — disse Vinícius, fazendo o amigo rir.

— Quem não te conhece que te compre, Maitê Bonatti — disse o irmão.

— Alguém quer carona? — Arthur, irmão mais velho de Vinícius, se aproximou do grupo com cara de poucos amigos. Era um homem forte e alto. Sua expressão de homenzarrão mal humorado era o que mais atraía as mulheres. Onde quer que chegasse, era o centro das atenções, mesmo sem se esforçar, como se possuísse um magnetismo que atraía todos os olhares.

— Pronto, descolou uma carona, Maitê — disse Matheus. — Leve minha irmã para casa em segurança.

— Pedir “por favor” não dói e é de graça — respondeu Arthur. — Se sua irmã não fosse tão educada e eu não conhecesse seus pais, poria em dúvida a educação que recebeu. — Maria Luíza e Emanuelly se aproximaram do grupo.

— Puta que pariu! Vocês três são um colírio para os olhos — disse Luíza, olhando Matheus, Arthur e Vinícius. — Pegava facinho.

— Matheus é seu primo, aloprada — repreendeu a irmã.

— Pegava do mesmo jeito — disse, e em seguida fez cara de asco. — Mentira, não dá. Não leve para o lado pessoal, Matheus, mas não desce — repetiu a provocação que ele havia lhe feito dias antes.

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora