Capítulo 9

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Um mês após romper com Laís, Matheus recebeu sua ligação. Estranhou, afinal, não mantiveram contato desde aquela última noite e, ela pareceu decidida a dar um fim no envolvimento dos dois.

— Oi, minha loira.

— Matheus, precisamos conversar — disse seriamente. — Pode me encontrar em vinte minutos?

— Onde?

— Aquela cafeteria em frente ao prédio onde moro, pode ser?

— Claro. Quer adiantar o assunto? — Estava realmente achando estranho o comportamento dela. Laís estava séria, sem as piadinhas ou joguinhos de duplo sentido que costumava usar.

— Não, nos vemos lá. — Encerrou a ligação no momento em que Vinícius chegou para o almoço. Ele e Arthur estagiavam no escritório de Gael e Otávio.

— Gozaram na sua boca? — Vini provocou, abrindo os botões de sua camisa azul marinho. — Está com uma cara azeda.

— As mulheres costumam fazer careta quando você goza na boca delas? Precisa comer mais abacaxi então. — Vinícius deu risada.

— O que foi, Matheus?

— Laís quer me ver em vinte minutos.

— Quem é Laís? A morena peituda?

— Não.

— A asiática? Ela é bem bonitinha.

— Não, Vini, Laís é a loira modelo. — Ele assentiu, lembrando-se da tal mulher. — Estava estranha.

— Já devia estar com raiva por ter que ver sua cara outra vez.

— Foi ela que quis terminar.

— Claro, porque você era um santo — ironizou.

— Está engracadinho hoje, hein! Deram um trato nesses seus cinco centímetros ontem à noite? — Vinícius apenas riu e foi até a geladeira para pegar a jarra de suco. — Vinícius, por que você está tão próximo da minha irmã nessas últimas semanas?

— Está ficando louco agora? — Olhou para o amigo. — Maitê e eu sempre fomos próximos.

— Mas estão ainda mais.

— Virou minha esposa, Matheus? Quer checar meus bolsos para ver se encontra algum bilhete? Ou, quem sabe, a gola da minha camisa para ver se tem marca de batom? Eu, hein! Me erra!

— Eu já pedi para não machucar minha irmã, Vini. Se fizer isso, nós dois teremos um problema — disse seriamente. — Nós somos amigos, então, se está rolando alguma coisa, é bom me contar agora. — Vinícius o encarou por alguns minutos, ponderando suas opções.

— Você não tem algo para resolver? — Matheus pegou a chave do carro e o encarou uma última vez antes de sair.

Antes de ir até o estacionamento, passou no apartamento da irmã.

— O que está rolando entre você e o Vini? — perguntou assim que ela abriu a porta.

— Sexo casual — disse tranquilamente. Matheus fechou os olhos com força e suspirou. — Que merda é essa, Matheus? Veio aqui só para perguntar isso? — Arqueou as sobrancelhas, indignada.

— Eu só não quero que me escondam. Não vou fazer birra se estiverem juntos, desde que ele a respeite, eu só quero saber se está de fato rolando alguma coisa.

— Ouça com atenção, Matheus Bonatti: O que eu faço da minha vida não é problema seu! — disse seriamente. — Eu não me meto nas suas fodas justamente para você não se sentir no direito de se meter na minha vida. Sou adulta e tudo o que eu faço ou fizer, só diz respeito a mim, fui clara?

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora