Capítulo 56

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Dias depois, Maitê estava em seu quarto, conversando com Arthur pelo Skype.

— Então encontraram o homem da festa? — Ela assentiu.

— Nos chamaram na delegacia hoje à tarde e nos mostraram a foto. Foi preso em uma cidade a oitenta quilômetros daqui. Tentou assaltar uma mulher que voltava do trabalho, só que ela é professora de karatê, então o sujeito levou um belo desacerto — disse aos risos. — Eu não sou má por rir disso, não é? Porque, imagine a cena de um baita marmanjo levando uma surra de uma mulher. — Voltou a rir, e Arthur a acompanhou.

— Ela não deve ter batido pra valer, deve ter usado técnicas de defesa e imobilização.

— Ainda assim, deve ter sido humilhante para ele. E você há de convir que ao menos uns tapas ela deve ter dado. Na hora da raiva, quem não faria isso? Principalmente se souber lutar. — Ele voltou a rir, concordando com a cabeça. — Enfim, ela o imobilizou e chamou a polícia. O cara já tem a ficha suja, aplicou golpes em vários lugares, e algumas vítimas o reconheceram. Ele usava o truque do Boa Noite Cinderela para assaltar as garotas. As levava para algum motel, colocava a droga nas bebidas e, depois que a vítima perdia a consciência, revirava seus pertences. Às vezes, antes de dopar a mulher, mantinha relações com ela, com o consentimento, é claro, e só depois a assaltava; outras vezes, como tentou fazer comigo, drogava a vítima ainda na festa e saía com ela dizendo que eram namorados e ela havia exagerado na bebedeira. Eram sempre as mesmas técnicas para conseguir o que queria, mas pelo que contou aos policiais, estava devendo uma boa quantia e recebendo ameaças de alguém, por isso acabou tentando assaltar a mulher na cara dura.

— E tomou na jabiraca. — Maitê riu. — Então está preso?

— Sim, mas você sabe como funciona a lei aqui no Brasil, não é? Provavelmente não ficará detido por muito tempo. — Deu de ombros. — Mas, enfim, tem novidades?

— Tudo na mesma, exceto pelas aulas de jiu-jitsu que comecei e as noitadas com a Lexi e alguns novos colegas, que estão ficando mais frequentes.

— Isso é ótimo, Arthur! Estava começando a ficar preocupada com sua relutância em sair do dormitório.

— Eu ainda passo um bom tempo aqui, gosto de aproveitar o tempo para estudar, só estou equilibrando mais as coisas para não viver apenas pelos estudos, por isso me interessei pelo jiu-jitsu, é uma forma de descarregar um pouco de energia.

— Claro, já que não está transando feito um louco. — Ele contorceu a boca, atraindo a atenção de Maitê.

— Quanto a isso... — disse meio hesitante.

— Amorzinho? — Vinícius entrou no apartamento.

— No quarto, Vini! — gritou para ele. — Desembucha.

— Talvez Alexia e eu... — Deixou a frase no ar.

— Me diga que você não fez isso?

— O namorado ligou há alguns dias e terminou com ela. Saímos para beber porque ela estava mal, talvez a gente tenha passado da conta e quando dei por mim...

— Seu pau tinha escorregado para dentro dela! — Maitê se virou abruptamente ao ouvir a voz de Emanuelly. A morena estava ao lado de Vinícius e Maria Luíza, com o rosto vermelho feito tomate. — Desculpe, acabei atrapalhando a conversa de vocês. Com licença. — Deu as costas para eles e saiu a passos largos, acompanhada pela irmã.

— Por que não disse que ela estava aí, Vinícius? — Maitê encarou o namorado.

— Ela quis ouvir, ué. — Deu de ombros, caminhando até ela e puxando uma cadeira para se sentar ao seu lado.

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora