Capítulo 18

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— Chega! — Beatriz gritou após Arthur e Emanuelly trocarem mais algumas farpas na frente de todos. — Os dois! Já chega!

A morena se levantou de seu lugar e saiu apressadamente dali, ignorando todos os chamados de seus pais.

Estavam na casa de Olívia e Gael, e aproveitando que todos estavam nos fundos da casa, Emanuelly se encaminhou até a sala de estar, onde se jogou no sofá e suspirou pesadamente, levando as mãos à cabeça.

Passou quarenta minutos ali sozinha, pondo a mente no lugar e dando um tempo para acalmar seus nervos. Aquela situação não podia continuar. Ainda que estivesse com raiva de Arthur, de nada adiantaria ficarem naquela troca contante de provocações.

Ele havia errado, mas ela também não diminuía sua culpa. Ambos estavam bêbados, fora de si, e se arrependia de ter lhe dado aquele tapa gratuito. Fato que ele havia passado dos limites, mas ela não devia tê-lo humilhado na frente de todas aquelas pessoas, mas, infelizmente, não podia mudar o que já havia feito.

Quando se levantou para voltar a se juntar com todos na área externa, deu de cara com Arthur, que entrava na sala.

Ao vê-la, ele não disse nada, apenas lhe deu as costas, pronto para sair dali. Imaginou que ela estivesse em seu carro ou em um dos quartos. Se soubesse que a encontraria ali, não teria feito seu caminho até a sala.

— Espere. — Ele a olhou por cima dos ombros, vendo-a se aproximar cautelosamente. — Quero me desculpar pelo tapa.

— Tudo bem — disse simplesmente, dando um passo para sair dali.

— Arthur... — Ele voltou a parar. — Não precisamos ser inimigos.

— Já vimos que ser amigos é meio impossível para nós.

— Mas não precisamos nos odiar. — Caminhou até ele e se pôs em sua frente. — Eu não gosto de como nos ferimos, Arthur. Não tem porquê ser assim. Gosto muito de você, e não quero que a gente viva em pé de guerra só porque não teremos uma relação amorosa. — Ele passou as mãos no rosto, alisando a barba antes de suspirar e voltar a encará-la. Manu era alguns centímetros mais baixa, não muito, mas o suficiente para precisar levantar um pouco a cabeça para poder encará-lo. — Essa sua possessividade não é normal, Arthur, muito menos saudável. Pelo amor de Deus, enxergue isso! Não dá para estragar cada festa que vamos só porque você não aceita me ver conversando com outra pessoa que não seja você! Isso é doentio! Eu não sou sua, Arthur! Não sou um objeto do qual você obtém posse, sou uma pessoa que quer e precisa conhecer gente nova. Eu jamais ficaria com alguém em um ambiente em que você também está, não por medo, mas por respeito aos seus sentimentos, mas você não pode monopolizar minha atenção e agir como um lunático toda vez que alguém se aproximar de mim. Aquele homem com quem eu estava conversando ontem, é casado, ama a esposa dele e estão com um filho a caminho. Ela está passando um tempo na casa da mãe, por isso ele estava sozinho na festa ontem. Em momento algum ele me faltou com o devido respeito, e eu disse isso a você, disse que não era nada demais, mas como sempre, você agiu como bem quis. Ainda que ele tivesse outro interesse em mim, você sabe que eu jamais faria algo para te machucar tanto. Mesmo antes de você dizer que me ama, eu já não ficava com outros nas festas, é mentira minha? — Ele negou com a cabeça. — Eu tenho me podado há alguns anos por consideração a você, mas me impedir de conversar com outra pessoa é demais, Arthur. Você precisa aprender a respeitar o meu espaço!

— Já acabou?

— Pare de ser indiferente! Estou tentando fazer com que a gente dê certo, se não como amigos, pelo menos como dois adultos que inevitavelmente precisam conviver juntos. Você não precisa me odiar.

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora