Capítulo 15

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— Onde está a Luíza? — Maitê e Vini se sentaram no sofá, ao lado de Matheus. No sofá oposto, Arthur e Emanuelly conversavam tranquilamente.

— Armou a reunião e tomou chá de sumiço — disse Matheus.

— Ela está esperando o Daniel, logo eles aparecem — explicou Manu, e assim que fechou a boca, a loira entrou com seu acompanhante.

— Olá, rebanho de putos. — Matheus abaixou a cabeça e não conteve o riso. — Saiam dos sofás, vamos nos sentar no chão para caber todo mundo. Vou buscar as bebidas.

— O que você tem em mente, Luíza? — Arthur perguntou desconfiado. Daniel riu.

— Dá medo, não dá? — perguntou aos risos.

— Vocês deveriam pôr um pouco mais de fé em mim. Só quero que todos se divirtam e que Daniel se enturme. Amanhã vamos à tal festa do amigo dele, então achei que seria legal começarmos hoje. Amanhã ninguém estuda ou trabalha mesmo.

— Eu estudo — disse Emanuelly.

— Você não conta. Você não é gente.

— É anjo — disse Arthur, piscando para ela.

Afastaram os sofás e se sentaram no chão, formando um círculo. Luíza pôs duas garrafas de tequila no centro e entregou um copo de shot para cada um.

— E então? — inquiriu Arthur.

— Conversem, gente! Eu, hein! Parecem bicho do mato — provocou Luíza.

— Há quanto tempo você é tatuador, Daniel? — Matheus puxou o assunto, enquanto a prima servia a primeira dose para cada.

— Há doze anos. Comecei aos dezenove. Sempre gostei de fazer meus próprios desenhos, esboços do que eu pretendia tatuar em mim algum dia, e alguns amigos acabaram gostando. Claro que no início não foram tatuagens extremamente difíceis, eu optava por mostrar desenhos mais simples, apenas para praticar em quem tivesse coragem de confiar sua pele a mim — disse sorrindo. — Depois, comecei a procurar emprego em estúdios. Não foi uma coisa rápida, mas um dia um senhor me ofereceu um estágio. Eu o observava atentamente e quando me permitia, mostrava meu portfólio aos seus clientes. Os mais corajosos permitiam que eu os tatuasse, e assim, sob a supervisão do meu chefe, fui ganhando reconhecimento no meio. Fiz alguns cursos com tatuadores mais experientes para aprimorar o trabalho, e quando percebi, já era um dos tatuadores mais requisitados do estúdio. Tenho planos de abrir meu próprio estúdio, mas só farei isso quando Bilbo se aposentar. Aquele velho confiou em mim desde o início e me deu uma grande oportunidade, então não vou abandoná-lo agora que tenho um nome no mercado.

— Tenho um tesão louco em homens que reconhecem quem um dia lhe estendeu a mão. — Luíza piscou para ele.

— Quando você não tem um tesão louco, Luíza? — Matheus provocou, fazendo Daniel rir.

— Já vai começar? — inquiriu a irmã.

— Só estou aquecendo.

— Qual foi o lugar mais estranho que já pediram para você tatuar? — perguntou Maitê.

— Nunca precisei tatuar lugares estranhos — disse sorrindo. — Mas piercing íntimo já precisei pôr, e não são poucos. Acreditem, por mais estranho e assustador que possa parecer, muitas pessoas procuram por esse tipo de piercing. Nos mamilos, no pênis e até na vagina.

— Matheus tem um piercing no mamilo — disse Vinícius.

— Ah, claro, só eu, ele não tem. Babaca!

— Eu sempre me perguntei o que vocês tinham na cabeça parar perfurarem o mamilo. — Maitê olhou de um para o outro.

— Perdemos uma aposta para o Arthur — Vini esclareceu, e o irmão começou a rir. — Era isso ou ir à universidade vestidos como bailarinas.

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora