Capítulo 60

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Com o passar dos dias, Arthur notou certa diferença no comportamento de Emanuelly e os amigos. Até seus pais pareciam esconder algo, e aquilo estava tirando sua tranquilidade.

— Sem mentir dessa vez, Maitê. O que está acontecendo aí? — A porta se abriu e Alexia entrou. Havia saído para ir ao banheiro, e contorceu a boca quando viu os dois conversando. Desde a conversa que tiveram, não se envolveram mais, mas mantiveram a amizade, como fora combinado.

— Você está paranóico, Arthur, não tem nada acontecendo.

— Ou talvez tenha. — A ruiva se intrometeu. — Se é amiga dele, deveria ser sincera. Arthur mal está conseguindo se concentrar nas aulas.

— Chata pra caralho, hein! Por que não cuida da sua vida, garota? — Maitê se irritou, atraindo a atenção de Arthur, que estranhou o comportamento da amiga. — Já contou a ele que atende as ligações quando ele não está por perto? — O homem franziu as sobrancelhas, sem entender o que estava acontecendo. Com a correria do dia a dia, Maitê acabou se esquecendo de tocar no assunto, mas viu ali a oportunidade perfeita.

— Do que você está falando? — perguntou Arthur.

— Não contou a ele? — Alexia ficou em silêncio. — Liguei para você há algum tempo e foi ela quem atendeu. Disse que você estava ocupado e me pediu para dar um tempo. — Ele virou o rosto para encarar a ruiva, que mal se mexia.

— Quando você fez isso?

— Já faz algum tempo — disse Maitê. — E ainda disse que você devia estar de saco cheio com minhas ligações e mensagens. Está, Arthur? Diga na nossa frente porque detesto mal entendido. — Sorriu de forma ácida.

— Você é a pessoa que pode me ligar, mandar mensagem ou aparecer na minha porta a hora que bem entender, sabe disso muito bem. — A morena soprou um beijo para ele. — Podemos nos falar depois? — Ela assentiu e encerrou a chamada de vídeo. — Quando foi que eu dei a você a liberdade de atender meu celular? — Encarou a ruiva.

— Eu agi sem pensar.

— Não, você pensou muito bem, Alexia! Foi rude com ela propositalmente.

— Eu estava pensando que seria melhor se ela desse um tempo para você se habituar à sua nova realidade. Como seguiria em frente se ela insistisse em fazê-lo se lembrar da sua vida de antes?

— Da mesma forma como venho seguindo! — disse seriamente. — E nunca foi minha intenção esquecer a minha vida no Brasil, você sabe que vou voltar e não vai demorar. — Ela franziu as sobrancelhas.

— Vai voltar?

— Por que a surpresa? Minha vida e minha família estão lá. — Ele esfregou as mãos sobre o rosto. — Alexia, quantas ligações mais você atendeu?

— Foi só aquela, e peço desculpas. Não imaginei que ficaria tão...

— Possesso? — completou. — Acredite, estou muito possesso. Se tivesse atendido qualquer outra pessoa, eu ficaria levemente irritado, mas foi justamente a Maitê! Ela é minha amiga! O que deu em você para achar que podia ser grosseira com ela?

— Eu já pedi desculpa, Arthur. — Seu celular tocou, indicando que alguém o convidava para uma chamada de vídeo, e respirou fundo antes de atender.

— Oi, Manu.

— Atrapalho?

— Não, eu estava... — Suspirou. — Não importa. Você está bem? — Ela assentiu. — E o bebê?

— Bem — murmurou, abaixando a cabeça rapidamente.

A porta bateu quando Alexia saiu sem sequer se despedir, mas sua birra era o que menos importava para Arthur naquele momento.

Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora