"Ame o que você tem, antes que a vida lhe ensine a amar o que você tinha"
(Autor desconhecido)————————————————
Deitada em sua cama após o banho, apenas com o silêncio como companhia, Manu refletia sobre os acontecimentos recentes em sua vida. Tentou falar com Arthur por três vezes, mas sempre se desencontravam, e o tempo estava cada vez mais curto.Ele partiria no dia seguinte, e havia tirado aquele dia para ficar com os pais e o irmão, mas à noite, após ouvir a porta do apartamento da frente sendo fechada, a morena sabia que não podia mais adiar aquele momento, então aguardou alguns minutos e foi até lá.
Assim que ele atendeu a porta, sorriu minimamente para ela.
— Eu quero...
— Eu sei. — A interrompeu. — Entre.
Foram até seu quarto e se sentaram lado a lado sobre a cama. Emanuelly encarou seus próprios dedos, tentando descobrir como dar início a conversa que precisavam ter.
— Eu não queria que fosse assim. — Foi ele quem começou a falar. — Eu nunca quis vê-la sofrer, por isso demorei a contar o que estava acontecendo. Tentei encontrar a melhor forma de dizer para não provocar mais dores, porque eu não queria que sentisse o mesmo desespero, o mesmo sentimento de perda e abandono que eu estava sentindo. — As lágrimas brotaram nos olhos dela e escorreram antes que pudesse contê-las. Arthur levou a mão ao seu rosto e as enxugou.
— Você podia ter me contado. Podia ter confiado em mim — disse com a voz embargada.
— Eu sei.
— Eu deveria saber por você, Arthur, e não por terceiros.
— Eu sei.
— Eu não sei o que me doeu mais, se foi o fato de que não o verei mais ou você ter me escondido isso. — Ele tocou seu rosto com carinho, obrigando-a a olhar em seus olhos.
— Eu sinto muito — sussurrou angustiado, fechando os olhos como se a dor fosse demais para suportar.
— Não quero que se desculpe. Esse foi o seu pedido de socorro, eu só... — Abaixou a cabeça. — Só queria que tivesse confiado em mim. Foi como se você fosse partir sem ao menos se despedir.
— Eu nunca faria isso com você. Só preciso ocupar minha mente com coisas novas, Manu. Passar um tempo longe para provar a mim mesmo que posso viver sem você. Não é para sempre, apenas o tempo necessário para... — Ela se atirou sobre ele, abraçando-o apertado e escondendo o rosto em seu pescoço.
— Me perdoe por ter sido egoísta — murmurou contra sua pele. — Eu quero mesmo que você fique bem. — Olhou em seus olhos e amparou seu rosto entre as mãos. — Eu quero isso porque... — Engoliu a pouca saliva que tinha na boca. — Porque eu te amo. — Despejou as palavras que vinha engolindo há algum tempo, sentindo um peso gigantesco sair de seu peito. — Não sou boa em demonstrar sentimentos, você me conhece, mas não podia deixar você partir sem dizer a verdade: Eu amo você, Arthur. — Seus olhos voltaram a se encher. — Talvez eu tenha demorado muito para admitir e agora seja tarde demais, mas eu...
Sem que pudesse se conter, ele a puxou para um beijo. Emanuelly não ofereceu qualquer resistência. Se aquela era a última noite de Arthur no Brasil, queria passar ao seu lado.
Com um cuidado e delicadeza que nunca havia tido, a livrou do vestido de alcinhas e a deitou sobre a cama lentamente, sem deixar de beijá-la. Ambos tinham consciência do que estava prestes a acontecer, e precisavam daquilo tanto quanto o ar que preenchia seus pulmões.
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Pequenos Cafajestes {CONCLUÍDA}
RomantizmSPIN-OFF DE "PAIXÃO CAFAJESTE" Os mais velhos dizem que é fácil ser jovem, mas descobrir os amores e dissabores da vida não é assim tão simples. Diversão, paixões ardentes e corações partidos... Uma deliciosa mistura de sentimentos nessa comédia rom...