Ai, não

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A tarde com os amigos da Sophie foi boa, eles são gentis e agradáveis. Conversamos sobre vários assuntos, brincamos e rimos. Chato mesmo foi o que me aguardava na segunda.

- Débora? - Jasmine bateu na porta - está na hora de acordar.

Olhei o relógio. Eram 6 horas da manhã.

- O quê? A essa hora? - perguntei, começando a ficar brava.

- Quando cheguei do trabalho ontem eu ia contar, mas você estava conversando com seus amigos - Jasmine explicou - vou fazer sua matrícula na escola daqui.

- O quê? Mas....

- Foi o seu pai que mandou.

Acho que ele pretende mesmo me deixar aqui no México por tempo indeterminado. Mal havia acabado de acordar e já estava furiosa e cada vez mais decepcionada com Ricardo.

- Vou me trocar - respondi, não querendo mais lutar contra nada .Tudo estava ficando cada vez pior. Esperava acabar o terceiro ano com pessoas conhecidas, para variar. Mas parecia que nem isso estava dando certo.

Troquei de roupa, chateada.

Quando saí de casa com Jasmine, Joel estava passando de frente casa

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Quando saí de casa com Jasmine, Joel estava passando de frente casa.

- Oi, Débora! - ele se aproximou de mim. Senti o cheiro dele de longe, um aroma de algodão...não sei muito bem descrever.

- Oi - dei um sorriso pequeno, talvez um pouco forçado. Eu gostava dele, mas não tinha motivos para sorrir naquele momento.

- Está tudo bem? - Joel me olhou com uma cara de preocupado. Eu era tão transparente assim?

Abri a boca, querendo desabafar. Mas não confiava nele. Não confiava em ninguém dali. Além do mais, Jasmine estava do meu lado, com cara de parede.

- Está.

Joel me olhou com uma cara de quem sabia que eu estava mentindo, mas deixou passar. Em vez de se sentir ofendido (como os sensíveis sem sentido fariam), ele me deu um abraço, o que eu sinceramente não estava esperando.

- Vai ficar tudo certo - ele me tranquilizou. Me senti relaxada nos braços dele. Porém me perguntei o porquê que estava tão preocupado comigo e quais eram suas intenções para comigo. Também me lembrei do casamento da minha mãe, em que ela se sentia tão feliz com ele. Me soltei do abraço.

Corei. Nem sabia se as Joel queria ter algo a mais comigo do que amizade.

- Está indo para onde? - Perguntou.

- Fazer minha matrícula na escola. E você?

- Estou indo para a faculdade.

Quase esqueci que o Joel tinha 19 anos, 2 anos mais velho do que eu. É claro que ele estava fazendo faculdade. "Tonta", pensei.

- Bem - olhei para Jasmine, depois voltei a olhar para o amigo - tchau.

- Tchau - deu um sorriso.

- Ele é um bom rapaz - Jasmine comentou, depois de termos nos distanciado um pouco - ele é calmo, estudioso e respeitoso.

- Quanto tempo acha que meu pai vai me deixar por aqui, Jasmine? - perguntei, mudando de assunto. Não queria dar espaço para ela conversar sobre rapazes comigo.

- Eu não sei - Jasmine me olhou - mas enquanto ficar será bem-vinda. Não só por mim, porque vejo que já arrumou uma pessoa que se preocupa com você - sorriu.

- O Joel só perguntou para ser gentil. Não se importa de verdade. Assim como você não me deseja aqui de verdade.

- Não duvide tanto dos sentimentos das pessoas.

Virei o rosto para o outro lado. Por que deveria confiar? Bocas falam coisas o tempo todo, nem sempre é verdade.

A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]Onde histórias criam vida. Descubra agora