Eu acabei passando mais tempo do que esperado na casa do Joel, saí de lá de 18:30 da noite. A mãe dele pareceu não se importar, muito menos ele.
Enquanto conversava com Joel, um cachorrinho veio de dentro de um dos quartos na direção do Joel, parecendo muito feliz em vê-lo. O Yorkshire subiu em seu colo e aparentemente não queria mais sair.
- O nome dele é Luke - Joel me contou.
Por volta das 18:00 o pai do Joel chegou em casa. Embora parecesse cansado, ficou surpreso de me ver ali, me tratando com muita gentileza também. A esposa logo veio lhe dar um beijo, mandando- o sentar para descansar.
Foi aí que eu me senti uma intrusa. Eu estava na casa deles, incomodando o modo deles viverem. Embora fosse a família perfeita, em que eu gostaria de fazer parte, não era a minha. Se é que eu tenho família.
- Bem, eu vou embora... - disse, me levantando. Não queria fazer com que a família se sentisse desconfortável com a minha presença.
- Mas... - Joel me olhou, um pouco confuso. Acho que por mais que ele decifre meu rosto, ele não imaginava o quanto eu era problemática sentimentalmente.
- Fique mais um pouco, querida - Patrícia pediu - nem tive tempo de mostrar as fotos do Joel quando bebê.
- Jesus... - Joel comentou, dando um sorriso pequeno. Como conseguia ser tão adorável?
Patrícia veio com um álbum azul que tinha um ursinho estampado na capa e se sentou ao meu lado, entre nós dois.
- Esse era ele com 1 aninho...
- Owwwwwwnt , anjinho - cheguei mais perto para ver - que carinha de bravinho.
- Eu tinha tomado o carrinho de brinquedo dele para poder tirar a foto. Ele não parava - Nós três ficamos rindo.
- Isso dá cadeia - Joel brincou, nos fazendo rir. Percebi que o pai dele também havia chegado por trás de mim, para relembrar as fotos do filho.
- Ele e o priminho dele... - a mãe prosseguiu.
- Meu Deus, que coisinha mais linda - falei, com um sorriso no rosto.
Patrícia continuou me mostrando várias fotos do Joel bebê, até que acabou o álbum. Olhei no relógio, vendo que já eram 18:30.
- Eu realmente preciso ir para casa... - comentei - ainda não estudei os assuntos da escola.
- Eu te levo - Joel se ofereceu - Sophie e os outros já foram para casa.
Traidores.
A casa dele era bem perto da de Sophie, e, segundo ele, perto da de todos os outros amigos. Enquanto estávamos conversando, acabei não enxergando uma pedra que estava no meu caminho.
- Cuidado - Joel me puxou pela mão, me fazendo esbarrar nele. Foi aí que percebi que ele era muito alto, tanto é que só chegava na medida dos ombros dele. Talvez eu que fosse baixinha mesmo.
A questão é que talvez ele não tenha percebido que não soltou a minha mão, me deixando um pouco desconcertada. Literalmente "caminamos de la mano" (andamos de mãos dadas), como falam aqui no México. Mas eu sinceramente não sabia se queria que ele soltasse.
Quando chegou na frente da minha casa, Joel ficou de frente para mim, ainda não soltando a minha mão.
- Então - ele olhou para os lado, sem saber o que falar - achei maravilhoso hoje.
- Também achei - sorri.
O abracei. Eu me sentia tão segura perto dele. Depois de uns segundos, ainda sem soltá-lo, eu olhei um pouco para cima, fazendo- o retribuir o meu olhar. Ele me deu um beijo demorado na bochecha, depois outro na testa.
- Obrigada - falei, sentindo vontade de chorar outra vez - por hoje.
- Você pode aparecer lá quando quiser. E pode contar comigo quando quiser e para o que precisar.
Balancei a cabeça positivamente, o que fez ele me abraçar ainda mais forte.
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A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]
RomantiekFilha de um empresário rico, Débora Koch é mandada para o México. Será que a fuga de sua mãe serviria como uma ajuda ao destino ou para o seu declínio emocional? [PLÁGIO É CRIME! ART.184 do Código Penal]