Eu esperava coisa pior, mas Jasmine me surpreendeu no quarto que me deu. Quando chegamos, ela me dirigiu até um primeiro andar, onde havia um corredor de quartos. O meu era o terceiro. Assim que entrei, a primeira coisa que me chamou atenção foram as paredes, pintadas de um rosa bem clarinho, da mesma do forro da cama contido no canto do quarto, perto das janelas. Do outro lado paralelo à cama, um guarda- roupa branco e bonito me esperava. Era um quarto bastante espaçoso e bonito. Jasmine disse que eu poderia decorá-lo como eu quiser.
- Bem, vou deixar você sozinha - Jasmine saiu do quarto. O sotaque espanhol dela e de Sophie estava me irritando, por mais que elas tentassem falar em Inglês. Eu sabia falar Espanhol, porém não queria.
- Não pretendo ficar tanto tempo aqui a ponto de decorar um quarto - eu senti vontade de responder, porém estava exausta demais para brigar. Não quero intimidade com Jasmine. Nem com Sophie. Nem com absolutamente ninguém daqui.
Como cheguei na casa assombrada (tem que ser, com duas assombrações dentro...) pela manhã, passei a tarde toda organizando minhas roupas no guarda-roupa que tinha no quarto. Depois que terminei, coloquei os fones, impedindo que os meus problemas invadissem meus pensamentos.
Meu celular vibrou, indicando que alguém me enviou uma mensagem.Era a Isabella, minha melhor amiga. Eu estava a evitando desde ontem à noite, quando eu passei horas chorando por causa da decisão do meu pai. Ela queria ir dizer "adeus" no aeroporto, mas não eu quis. Iria ser mais difícil do que foi.
A Isabella. Eu nunca mais a veria. Graças ao meu pai. No mesmo momento, lágrimas escorrem pelo meu rosto. Eu o odeio.
- Déboraaaaaaaaa? - ouço Sophie me chama, o que me fez limpar as lágrimas.
- O que é ? - respondi, com a voz alterada.
- Posso entrar?
Revirei os olhos.
- Estou ocupada.
- Quer tomar sorvete? - perguntou - tem uma sorveteria ótima ali na esquina.
- Não.
- Vem, Débora. Faz tempo que ela está chamado você - ouço um garoto desconhecido me chamar, brincando.
Não respondi, aumentando o volume dos fones, porém os gritos fora do meu quarto ficaram cada vez mais altos.
- Vocês podem parar de fazer barulho na frente do meu quarto? - berro, abrindo a porta e olhando para o garoto junto da minha meia- irmã.
Do lado de Sophie havia um garoto branco com cabelos castanhos lisos. Ele estava me olhando com curiosidade.
- Tudo bem, vamos parar - Sophie disse, me olhando com pena ao ver que eu estava chorando - mas antes - revirei os olhos - preciso apresentar meu namorado, Christopher.
- Oi - Christopher falou.
- Okay - fechei a porta.
As brincadeiras e gritos continuaram.
- Parem! - deu outro grito, abrindo novamente a porta.
- Só vamos parar se você vier para a sorveteria conosco.
- Não quero ir à sorveteria - repeti - sua mãe não se incomoda com esse barulho, não?
- Ela saiu para trabalhar no mesmo minuto que deixou você em casa. Ela trabalha em uma
farmácia - explicou - por isso...vamos passar o dia aqui gritando se você não vier conosco.- Minha roupa está horrível...que pena - ironizei, fechando um pouco a porta.
- Não tem problema, escolho outra para você - ela colocou o pé no meio.
- Afinal, qual é o seu problema, Sophie? Por que quer tanto que eu vá para a sorveteria?
- Para parar de ficar ouvindo músicas tristes no celular e pensando em problemas. Eu sei como se sente.
- Não estou ouvindo músicas tristes, okay? - falei, arrogantemente. Mentira. Estava tocando "In my Blood" - e não pedi a sua ajuda.
- Certo - Christopher falou, com um sorriso desafiador - eu tenho uma garganta boa, posso gritar o dia inteiro.
Não tinha jeito. Teria que ir com eles, porque iria enlouquecer se tivesse que pedir silêncio outra vez.
- Eu vou, mas é para vocês pararem de me encher - gritei, fechando a porta com força.
Fui no meu guarda-roupa, pegando uma calça moletom, uma blusa e um tênis.
- Me troquei - disse, abrindo a porta - mas não vou demorar lá.
- Tudo bem - Sophie deu um sorriso de vitória, levando as duas mãos para o teto e descendo as escadas.
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A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]
Storie d'amoreFilha de um empresário rico, Débora Koch é mandada para o México. Será que a fuga de sua mãe serviria como uma ajuda ao destino ou para o seu declínio emocional? [PLÁGIO É CRIME! ART.184 do Código Penal]