Relato do Joel

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- Então, vocês brigaram?- Chris me perguntou, assim que eu saí da sala da casa de Sophie. Eles tinham ficado do lado de fora o tempo todo, claramente ouvindo toda a conversa.

- Não foi uma briga - justifiquei - só que não nos resolvemos por completo. Ela foi se trancar no quarto.

- Cara, vá por mim - Chris franziu o rosto - é horrível quando um casal deixa as coisas ficarem ruins. Tenta se resolver com ela hoje mesmo.

- Sim - Zabdiel reforçou - e vocês não podem deixar uma briga besta separar vocês.

- O garoto beijou a boca dela na minha frente - falei, irritado - pode ser besta para você, mas para mim foi péssimo.

- Calma - Richard colocou a mão no ombro.

- Estou calmo - cruzei os braços, olhando para o chão.

- Olha - Chris falou - tenho certeza que a Débora te ama. E tenho mais certeza ainda que você ama ela. Colocaria minhas duas mãos no fogo que esse beijo foi tão horrível para ela quanto foi para você.

- Eu sei - cocei minha cabeça. Esse era um sinal que estava nervoso.

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- Como assim? - minha mãe perguntou confusa, quando contei o fato para ela - não acredito nisso.

- Até senti algo ruim dentro do peito - desabafei, chateado.

Nesse mesmo momento a campainha tocou, atrapalhando nossa conversa. Me levantei do sofá da sala, em que estávamos sentados.Seria o meu pai? Não, estava muito cedo para ele ter chegado.

Abri a porta, revelando uma garota morena e de olhos verdes. Ela olhava ao redor, como se quisesse confirmar que havia ido ao lugar certo.

- Oi - deu um sorriso amarelo.

- Quem é você? - perguntei.

- Bárbara. Amiga da Débora.

- Nunca ouvi falar de você.

Ela fez uma cara estressada.

- Tenho uma coisa para contar para você - disse, adentrando na minha casa.

Minha mãe olhou para mim, em seguida para Bárbara, aparentemente confusa.

- Escuta: soube do que aconteceu hoje à tarde. Já sabia que isso iria acontecer - ela se virou para mim, fazendo gestos exagerados com a mão - eles só vivem se abraçando e se beijando no colégio. Alguma hora, Ruan iria querer revelar isso em público.

Olhei para Bárbara, com um olhar apreensivo. Aquilo era mesmo verdade? Aquela descrição não poderia ser da Débora, não acreditava que ela seria capaz de fazer isso.

- Para você ver que ela não passa de uma... - a garota continuou.

- Com licença - minha mãe interferiu, muito brava - você não foi convidada para entrar na minha casa, ninguém pediu o seu depoimento, até porque não conhecemos você. Qualquer assunto relacionado a isso eles podem resolver sozinhos.

A garota ficou vermelha e muito irritada. Saiu da nossa casa, fechando a porta muito forte.

- Não acredite no que ela diz - minha mãe instruiu - estava claramente desesperada para que você acreditasse. Débora não seria capaz de te trair, você saberia pelas ações dela. E eu reconheço quando uma pessoa não presta...não deixaria você namorar com ela se eu tivesse alguma desconfiança.

A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]Onde histórias criam vida. Descubra agora