Fazendo minhas anotações, escutava o professor explicar a história da arquitetura...havia alguns alunos na cadeira de trás conversando muito, o que me atrapalhava um pouco. Uma das coisas que eu sentia falta da época da escola era as reclamações que os professores davam nos outros alunos. Mas na faculdade eles não estavam nem aí, apenas davam a aula e saíam.
Senti o meu celular vibrar no bolso de trás da calça, me deixando curioso. Ninguém, a não ser os meus amigos, costumava me ligar. Muito menos de manhã, principalmente porque eles também estavam tendo aula. Ah, se fosse o Chris fazendo palhaçadas...como se não bastasse o grupinho da bagunça atrás de mim.
Me surpreendi quando vi que quem estava ligando era a Débora. Será que ela estava bem? Porque eu realmente duvidava que ela me ligaria no horário escolar dela se não fosse realmente importante.
Resolvi sair da sala para atender o celular, mas quase me assustei quando Valentina, a amiga da Débora, atendeu o celular. Mas essa sem foi a pior parte. Ela me contou com a minha namorada tinha desmaiado na sala, no recreio.
Logo depois de dizer que eu iria buscá-la na escola, entrei na minha sala, pegando minha bolsa e saindo novamente em disparada. Estava muito preocupado, com várias teorias em mente sobre o que poderia ter feito Débora desmaiar assim do nada...
- Ai! - Sophie gritou, logo após eu ter esbarrado nela com força, enquanto ela saía do banheiro feminino - ficou cego, Joel? E por que está indo embora tão cedo? Mal começaram as aulas!
- Eu sei - disse, querendo chorar de tão nervoso - mas a Débora desmaiou na escola e não quer ligar para a sua mãe.
- Calma, Joel - Sophie falou, percebendo minha expressão - eu vou com você. Do jeito que está, capaz de ser atropelado quando for atravessar a rua! E também quero ajudar com a Débora, por que será que ela desmaiou?
- Também não sei - respondi, embora eu tivesse suspeitas. Mas naquele momento era cedo demais para julgar, poderia ser qualquer coisa.
Chegamos na escola uns 10 minutos depois, por sorte não era tão longe da escola em que a Débora estudava. Eu estudava na mesma antes de ir para a faculdade, assim como todos os meus outros amigos.
- Oi - falei, arfando, para o porteiro.
Juca trabalhava naquela mesma escola a 40 anos atrás e já era um senhor de idade, talvez uns 70 anos. Porém, se recusava a se aposentar. Chris tinha raiva dele, porque Juca nunca permitia que ele saísse na hora do recreio para comprar lanches na padaria que ficava do lado da escola.
- Joel? Reprovou de ano, garoto? - Juca perguntou, um pouco confuso - até Sophie?
Muito engraçado, Juca.
Quando expliquei para ele que minha namorada do terceiro ano tinha passado mal e eu estava ali para buscá-la, ele fez uma cara de dúvida, tentando decidir se me deixava entrar ou não. Mas, depois de quase implorar e de quase chorar, ele permitiu.
- Tá bom, garoto - ele suspirou - entrem logo antes que me arrependa.
Eu te amo, Juca.
Eu e Sophie entramos no colégio em disparada, procurando a sala que eu havia estudado na ano anterior. A escola continuava a mesma de sempre, com bancos na entrada e funcionários em todo corredor.
Quando finalmente achamos a sala da Débora e entramos, meu sangue gelou. Minha namorada estava sentada em uma cadeira, completamente pálida. Ela parecia estar muito mal, embora os amigos dela estivessem tentando ajudar.
Percebi que a diretora estava na sala apenas quando ela nos chamou, surpresa. Sinceramente, não me lembro nem a explicação que dei para ela sobre como consegui entrar, porque a saúde de Débora era a única coisa que me interessava naquele momento. Só me lembro que consegui convencer, junto com Sophie, a diretora de me deixar levar minha namorada para a casa dela.
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Incrível como tudo muda em um período tão curto de tempo. Agora, depois de 1 semana desde do desmaio da Débora, eu descobri que seria pai.
Na hora que eu vi o resultado do teste de farmácia como "positivo", meu coração começou a bater a mil por hora. Claro que eu queria ser pai algum dia...mas com 19 anos?
Deixei meus próprios sentimentos para lá quando percebi que Débora estava arrasada. Eu sabia que ela não queria ter aquele bebê, porque já tínhamos brigado sobre isso antes de descobrir o resultado do teste, quando ela falou que iria abortar. Fiquei chateado com isso, pois, por mais que fôssemos novos, considerava o aborto como um assassinato. Nosso filho não tinha nada haver com a nossa irresponsabilidade.
Tomei uma decisão: se era para eu ser um pai, iria começar a assumir aquela responsabilidade. Débora não havia recebido o amor que merecia desde que era pequena e eu não pretendia privá-la desse amor como os pais delas fizeram. E o nosso filho seria o mais amado do mundo, mesmo que as outras pessoas duvidassem.
Por isso, resolvi começar a procurar um emprego no próximo mês, pois nesse eu ainda estava concluindo um trabalho que o professor passou na faculdade. Nós iríamos fazer uma maquete, pois, segundo o professor, isso nos daria uma reflexão sobre o projeto.
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Oi, gente...tudo bem? Dividi o relato do Joel em parte 1 e parte 2 para não deixar o capítulo muito grande e a leitura cansativa para vocês...
Também gostaria de avisar que essa semana vai ser difícil para mim postar algum outro capítulo, pois estou em época de prova...mas não desistam de mim❤️
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A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]
RomanceFilha de um empresário rico, Débora Koch é mandada para o México. Será que a fuga de sua mãe serviria como uma ajuda ao destino ou para o seu declínio emocional? [PLÁGIO É CRIME! ART.184 do Código Penal]