Carta

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Joel sempre me incentivou a escrever cartas, como forma de expressar os meus sentimentos. Mas nunca dei atenção, pois sempre acreditei que o que eu penso deveria ser guardado apenas para mim.

Agora, vi que precisava fazê-lo. Porque não conseguia falar tudo o que precisava. Não quando ele nem parecia ter forças para olhar em meus olhos. Peguei meu caderno no colo, me sentando na cama.

"Querido Joel", comecei a escrever, "queria dizer que...."

Travei. O quê eu iria escrever? Tantas coisas precisavam ser ditas, tanto é que não sabia nem por onde começar. Precisava dizer que sentia a falta dele, que precisava do seu apoio, porque o peso estava grande para uma pessoa só sustentar. Que se sentir sozinha era ruim demais, que achava que ele era muito forte, mais do que eu.

Quase tomei um susto quando Joel entrou no quarto, fazendo eu fechar o caderno imediatamente.

- Estou atrapalhando alguma coisa? - a voz dele parecia muito cansada.

- Estava escrevendo uma carta - vi surpresa em seus olhos, somada à curiosidade.

- Para quem?

- Para você - senti um temor da parte dele - tenho coisas para te dizer.

- Também tenho - admitiu - podemos escrever juntos...

- Como um bilhete de escola? - dei um sorriso, me lembrando dos bilhetinhos que sempre troquei com minhas amigas.

- Como um bilhete de escola - ele sentou ao meu lado, seus olhos castanhos olhando para o caderno - esse é o de Matemática?

- Fazer o quê? - ri.

Joel abriu meu caderno, achando uma folha em branco. Depois pegou meu lápis, sentindo dúvida no que escrever.

Queria pedir desculpa por ter agido como um idiota. Estou...cansado, ansioso e inseguro. Tenho medo de não ser o suficiente para vocês.

Você sempre foi o suficiente, provavelmente o único motivo de eu não ter enlouquecido ou desistido de tudo até agora. Por favor, não me deixe sozinha.

Ele pensou um pouco na resposta, com uma expressão de choro.

Nunca vou te deixar sozinha. Só não queria passar minha confusão para você.

Acho que nossas confusões combinam muito bem.

Senti as mãos macias do Joel tocando na minha bochecha, seguido de um beijo lento, delicado e muito, muito demorado.

- Tem razão. Nossas confusões combinam muito bem - Joel deixou as lágrimas caírem - me desculpe por ter sido egoísta.

- Shhhh- Beijei sua bochecha - se chorar, vou ter que chorar também. Está tudo bem agora.

- Eu sei, mas me sinto um imbecil. Não queria te fazer sentir sozinha - ele pendeu a cabeça para trás quando coloquei seu cachos no lugar certo, porque estavam desalinhados.

- Joel, foi por pouco tempo. Não cheguei a me sentir sozinha, mas tive muito medo de começar. O importante é que resolvemos - dobrei sua gola, antes desalinhada e amassada. Assim como o resto da camisa.

- Estou parecendo um bebê sendo arrumado pela mãe - comentou, rindo - o que seria de mim sem você?

- Logo em breve terei de cuidar de dois bebês, pelo visto.

Joel puxou minha cintura, me deitado de lado, de modo que ele ficou atrás de mim. Senti sua mão em cima da minha barriga, me puxando para perto cada vez mais.

- Senti falta de estar grudado com você - Joel escorregou a mão para mais em baixo, entre as minhas coxas, me provocando um arrepio. Ele com certeza percebeu - desculpe.

- Continue... - disse, um pouco ofegante. Estava sentindo falta daquilo também.

Joel fez movimentos circulares com os dedos, inserindo um deles. Me contorci, acompanhando o ritmo que ia e voltava, provocando um suspiro da parte dele.

- Senti falta disso também - ele falou, dando um beijo no meu pescoço e retirando o dedo. Eu podia senti-lo duro atrás de mim.

Me virei contra seu peito, tirando o cinto da calça dele, olhando- o nos olhos. Sua respiração estava rápida, seu olhos quase fechados, preguiçosos.

Joel colocou seu corpo para cima quando percebeu que sua extensão já estava para fora, se preparando para o que viria. Assanhei seu cabelos, lhe dando um beijo carinhoso, ao mesmo tempo que sentia ele se arrepiar com minhas unhas arranhando de leve suas coxa, depois sua barriga. Eu não iria ser tão rápida com ele.

- Débora - ouvi ele chamar baixinho, com uma súplica.

Deslizei pelo seu corpo, até pegar o seu membro extenso com as mãos. Joel emitiu um gemido quando o deixei entrar na minha boca, mas apenas a extremidade. Gostava de provocá-lo. Só depois de alguns minutos coloquei todo resto.

- Vem cá - ele chamou, se sentando e me colocando em cima do colo. Com um movimento, nos tornamos um só. A noite foi uma mistura de dentes, beijos e unhas...até que nos desfizemos juntos.

A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]Onde histórias criam vida. Descubra agora