Por mais cansativos que foram, os outros 6 meses passaram voando, mais rápido que imaginávamos. Estudei em casa com o Joel todos os assuntos restantes, só indo para a escola com o objetivo de fazer as minhas provas na coordenação, em um horário o qual não corria o risco de me encontrar com outros alunos. Eu odiava isso, pois a diretora sempre ficava me olhando da cadeira a alguns centímetros de distância como se eu fosse uma desequilibrada.
- Sim? - perguntei a ela uma das vezes, erguendo meu olhar da prova, quando a discrição dela não lhe permitia parar de olhar para minha barriga de 6 meses. Tinha colocado um moletom folgado, para tentar disfarçar, mas mesmo assim era muito visível.
A diretora apenas fez um não com a cabeça, virando o rosto logo em seguida para o computador a sua frente. Melhor assim, porque já estava ficando incomodada com os olhares dela. Mas logo me arrependi, porque era grata por a mesma ter entendido meu lado quando pedi para fazer apenas minhas provas e porque Joel gostava muito dela.
Enfim, fiquei muito feliz quando meu boletim saiu no site online, mostrando que eu havia conseguido boa média em todas as matérias. Foi só aí que eu e Joel percebemos que, de tanto nos afundar em nossos próprios problemas, notamos que esquecermos de fazer o enxoval do nosso filho. Aproveitamos que era Dezembro e estávamos de férias para fazê-lo, agradecendo por na casa dele já ter um quarto livre, que era o de hóspedes. Bastante espaçoso, por sinal.
Depois que compramos e organizamos tudo, praticamente passei horas babando o quarto o qual Noah dormiria.
Acho que a parte mais difícil de todo esse período foi conciliar meu estudos e o estágio e a faculdade do Joel com os exames mensais que precisavam sem feitos. Tentamos não nos estressar muito, muito embora fosse inevitável algumas vezes. Mas tudo valeu à pena, pois quando chegou no final do ano vimos que estava tudo bem. Tinha sido só uma fase. Minha escola havia acabado, estávamos de férias e apenas faltava 2 consultas antes de o bebê nascer.
Uma mensagem vibrou no meu celular, ocupando meus pensamentos e a música que estava tocando. Logo no refrão da minha preferida, Corazón Partío.
Virei para o lado da cama, dando um tapa no braço do Joel. Ele riu, me envolvendo com os braços e me dando um beijo na bochecha. Chato.
- Larga esse celular e fica comigo - ele encenou um biquinho.
- Tá tendo crise de carência? É de conhecimento universal que uma grávida 9 meses pode fazer o que bem entender.
- Eu sei que você prefere a mim... - ele fez cócegas na minha barriga, fazendo- me rir.
Nunca gostei de cócegas.
- Vou pegar água, estou com sede - levantei da cama, dando passos largos até a cozinha. Comecei a agradecer porque não precisava mais voltar a Daniel enquanto abria a geladeira, porque todas as consultas já haviam sidos feitas, quando senti uma pontada enorme na parte dos ovários, como uma cólica...sendo que 10 milhões de vezes pior.
Gritei, alarmando Joel e Patty, o que fez com que ambos corressem até a cozinha, com os olhos alarmados. Que dor desesperadora era aquela? Tive certeza que o bebê iria nascer, antes de minha visão ficar escura.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]
RomanceFilha de um empresário rico, Débora Koch é mandada para o México. Será que a fuga de sua mãe serviria como uma ajuda ao destino ou para o seu declínio emocional? [PLÁGIO É CRIME! ART.184 do Código Penal]