Relato do Joel

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Só tinham passado 7 dias do tempo de estadia da amiga da Débora, a Isabella, no México. Mas sinceramente estavam parecendo 50 dias, porque todo dia ela levava minha namorada para algum passeio que só incluía as duas, por isso eu raramente tinha oportunidade de saber como a Débora estava. E isso estava me deixando...incomodado. Muito. A Isabella era muito namoradeira, o que influenciava nos passeios que escolhia. Sempre era alguma balada, alguma praia ou algum outro lugar que tivesse muitos garotos para flertar.

Claro que eu confiava em Débora, porém não gostava do fato da mesma estar nesses lugares...sim, estava sendo ciumento. Mas ela era a minha namorada. E estava grávida. Achava que ela imporia limites à amiga, mas minha impressão é que estava gostando.

- Joel? - minha mãe me chamou, dissipando meus pensamentos - está tudo bem?

- Está - respondi, no automático - por quê?

- Não acho que esteja falando a verdade - minha mãe parou de lavar os pratos, vindo até ao meu lado, no sofá - não está fazendo questão de assistir sua série preferida.

Olhei para a televisão, onde estava passando Grey's Anatomy. Um dos personagens estava prestes a realizar sua primeira cirurgia, mas eu não estava interessado. Tudo o que mais gostaria era de passar um tempo com a Débora, que a Isabella voltasse logo para os Estados Unidos.

- Estou chateado porque estou passando pouco tempo com a Débora - confessei.

- É, me lembro de você ter comentado que aquela amiga dela estava planejando vários passeios para as duas... - minha mãe comentou - por que não conversa com ela sobre isso?

- Tenho medo de parecer egoísta - respondi, pausando a Netflix para poder ouvir melhor o que ela estava falando.

- É um direito seu pedir mais tempo com ela. Como namorado e pai.

Não conseguia entender como a palavra "namorado" estava me incomodando menos do que "pai". Na verdade, entendia sim: queria muito assumir um compromisso sério com a Débora. Tanto é que gastei parte do dinheiro que juntei durante anos para comprar uma aliança para ela.

Depois de um tempo após minha mãe ter voltado aos seus afazeres, meu celular tocou. Era o Chris.

- Joel...? A Débora está passando mal. Acho melhor você vim ficar com ela - ele falou, parecendo nervoso.

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- Você o quê? - gritei com a Isabella, pasmo com sua falta de noção. Precisei controlar a raiva na frente dos meus amigos, que não acharam nada demais a Isabella ter levado a Débora para um bar caro.

- Qual o problema de ter dado um pouco de vinho para ela? - Isabella fez descaso - a Débora precisa viver!

- Você avisou que tinha álcool? - perguntei, ignorando a pergunta imbecil que fez. Tinha a impressão que eu iria surtar a qualquer momento.

- Não, senão era não tomaria - respondeu.

Olhei para a Débora, dormindo na cama. Quando cheguei, ela estava passando mal na cama, vomitando no chão. Sophie e Jasmine ajudaram a limpar o chão depois, enquanto eu tive que trocar a blusa suja dela. Que espécie de amiga a Isabella era?

- Saia daqui, por favor - pedi, tentando não perder o controle.

- Você não tem esse direito - ela cruzou os braços.

- Escuta, Isabella - espremi os olhos - eu sou o namorado dela, já você é uma péssima amiga. É bom que passe a respeitar a Débora a partir de agora. Você sabia que o vinho faria mal e tenho certeza que fez de propósito.

Minhas palavras parecem fazer efeito, porque ela saiu imediatamente, com cara feia. Fiquei pensando se não tinha sido muito grosso, porém logo deixei para lá. Os sentimentos da Isabella eram o que menos me importava, tendo em vista que graças a ela a Débora poderia abortar espontaneamente.

A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]Onde histórias criam vida. Descubra agora