Acho que nunca vi o Joel tão vulnerável. Quer dizer, sabia que ele era mais sentimental do que eu, porém vê-lo chorar em uma cadeira ao lado da minha cama quando acordei do meu cochilo me deixou com consciência pesada. Mesmo que eu tenha bebido o vinho achando que era apenas suco de uva forte, que foi o que a Isabella falou, antes de praticamente me obrigar a beber. O problema é que o "suco de uva" me deixou muito enjoada, fazendo eu vomitar quase imediatamente.
- Joel? - perguntei, chamando a atenção dele. Seus olhos estavam vermelhos e inchados.
- Débora... - ele esticou a mão, pegando a minha - está melhor?
- Estou - apertei a mão dele, tentando consolar o mesmo.
- Fiquei tão preocupado - ele falou, aproximando a cadeira ainda mais.
- Eu não sabia que tinha álcool - dei satisfação, mas Joel já parecia saber, pois apenas concordou com a cabeça.
- Precisamos ir ao médico, Deh - ele falou, passando a mão na minha barriga - para saber se nosso filho ou filha está bem.
- Eu sei - concordei, tentando não chorar. Também tinha ficado preocupada com a saúde do bebê. Por mais que tentasse ser indiferente, ele estava dentro de mim e eu já podia sentir. No momento em que estava passando mal, me arrependi. Me arrependi de ter desprezado ele, de ter evitado o Joel. De tudo.
- Eu queria dar uma coisa para você - ele falou, pegando uma coisa no bolso do moletom - não sei se é o melhor momento, mas...
Joel então me mostrou na palma da mão uma caixinha preta de veludo, que tinha dois anéis lindos dentro. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eram perfeitos.
- Posso colocar no seu dedo? - perguntou, satisfeito por perceber que eu tinha gostado.
- Joel, não precisava. Não deveria ter gastado seu dinheiro - repliquei, com a consciência pesada.
- Claro que precisava - ele colocou a outra mão em cima da minha - eu quero que saibam que você é uma grávida compromissada.
Sorri, o que o fez retribuir o sorriso. Joel era um amor. Eu queria muito que nosso relacionamento fosse eterno.
- Posso colocar o anel? - ele repetiu a pergunta.
- Pode - respondi, ainda sem parar de sorrir.
Joel colocou a caixinha dos anéis em cima da cama, pegando o anel menor delicadamente com uma mão enquanto segurava a minha com a outra. Logo em seguida, colocou o anel no meu dedo anelar da mão direita.
- Sua vez - ele olhou para a outra aliança, a que ficou na caixa.
Peguei a aliança primeiro, depois peguei a mão direita do Joel, encaixando o anel no dedo dele.
- Vem para cá - chamei ele para o meu lado. Joel olhou para a porta, com receio.- Não sei, não - falou, mesmo com uma clara vontade de ir - imagina se abrem a porta...além do mais, você ainda não está completamente recuperada.
- Tranca a porta - respondi, dando uma piscada- e estou bem...
Ele me olhou por um tempo, pensando se trancava a porta ou não, mas por fim cedeu, se levantando e fazendo o que eu tinha dito. Estendi os braços para Joel, o chamando novamente para junto de mim.
- Ai, tá bom! - ele veio, se deitando ao meu lado.
- Estava com saudades. De nós dois - admiti, me deitando por cima dele e o abraçando forte - faz tempo que não ficamos sozinhos.
- Também estava, Deh. Mas não se preocupe, quando for morar na minha casa, vamos ter muito tempo - ele respondeu, acariciando meus cabelos com carinho - você vai, não é?
- Sim, depois que a Isa for embora - respondi.
- Deh, eu queria que você tivesse mais cuidado quando estiver com sua amiga. Esse vinho poderia ter matado nosso bebê.
- Eu sei...Joel, queria me desculpar - olhei para ele, com lágrimas nos olhos - por ter te evitado e tratado mal. Estava com medo, entende? Com medo de que nossa história acabasse e todos os sentimentos bons que você me desperta chegassem ao fim. Eu não iria aguentar, Joel. Não estou acostumada a ter alguém que eu precise. Então preferi ir me afastando.
- Mas ainda está com medo? - ele acariciou meu rosto, falando baixinho.
- Não - dei um sorriso triste, enquanto as lágrimas escorriam.
- Faz bem, porque não deve ter. Você é o amor da minha vida, Débora. Eu te amo mais do que tudo nesse mundo - ele sorriu, falando firmemente - amo vocês mais do que tudo neste mundo.
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A meia-irmã [ * EM REVISÃO * ]
RomantiekFilha de um empresário rico, Débora Koch é mandada para o México. Será que a fuga de sua mãe serviria como uma ajuda ao destino ou para o seu declínio emocional? [PLÁGIO É CRIME! ART.184 do Código Penal]