MARIA ANTONIETA CAPÍTULO 2

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CONTÉM ERROS SEM CORREÇÃO.


MARIA ANTONIETA CAPITULO 2.


Estou muito atrasada é o quinto dia no meu primeiro emprego levantei correndo para tomar um banho, não consegui a fila estava enorme. Isso mesmo, uma fila para o banheiro essa é minha vida. Qui se dane! Vou sem banho mesmo, penso enquanto volto para o quarto que divido com mais umas três mulheres.  

Moro numa pensão, aqui tem fila pra tudo: banho, café, almoço, jantar, só não tem pro lanche da tarde, porque não tem.  Ainda bem que cada um tem sua cama, mas não me importaria em dividir.

Sou Maria Antonieta tenho 18 anos, passei a vida toda em um orfanato não fui adotada. Uma vez ao mês tínhamos que tomar um bom banho, tirar todas as cracas escondidas, lavar bem os cabelos, as orelhas, verificar se não tinha piolhos, e colocarmos a melhor roupa que tínhamos para esperar os visitantes. Ou melhor dizendo: possíveis pais.

 Não que nos outros dias não tomávamos banho, sim, tomávamos, mas o dia da visita era uma espécie de ritual da limpeza corporal. O dia de tirar as sujeiras e o sebo escondido. Era assim que as irmãs diziam. Os visitantes que vinham nos conhecer alguns iam para escolher uma criança para adotar outros traziam roupas alimentos, livros e até brinquedos.

  Os casais que iam pra adotar, sempre escolhiam as crianças brancas pequeninas e rechonchudas, as escurinhas quase nunca eram escolhidas. Os anos passarão, ser adotada foi ficando cada vez mais distante. Cada ano a mais a chance de eu ter uma família ia para o ralo.   Então eu desisti de ser adotada, perdi as esperanças, me conformei com a minha vida, não conheço: pai, mãe, tio, e nem tia, literalmente sozinha.

Mesmo com toda essa falta de bagagem familiar, não pensem que sou infeliz, depressiva, triste ao contrário! Sou muito feliz comigo mesma, eu me amo!

Aceito a vida que tenho, e os obstáculos que terei pela frente, sou do tipo boa praça, educada, sincera, mas não folga em min não que eu viro o cão! Quem muito abaixa a cabeça uma hora acaba mostrando a poupança.   

Aprendi a me defender cedo, não tolero gente besta, nem preconceito com a minha pessoa, também não suporto baixo astral. Posso estar à beira de uma falência múltipla dos órgãos que mantenho um sorriso escancarado. O desastre também me acompanha, ouvi minha vida toda que tenho duas mãos esquerdas. Quando Deus todo poderoso distribuiu os defeitos, eu passei na fila de desastrados dez vezes. Deixo meus murmúrios de lado para a trabalhar.

Cheguei no trabalho no horário. Trabalho num prédio bonito, chique, o piso brilha mais que meus olhos quando vê mel. Eu amo mel! 

  Não sei bem o que fazem lá nunca parei para escutar sobre o que era, também não me interessa, o que importa é o meu salário, que não vejo a hora de receber.  

A muita gente arrumada, mulheres e homens bonitos, ninguém me dá a mínima é como se eu fosse invisível, ou tivesse uma doença. A única pessoa que me deu atenção nesse lugar fiz questão de derrubar uma garrafa de café quente, no pobre.

Pensei que estava fechada, quando ele virou na xícara a tampa caiu junto fazendo o liquido escuro e fumegante lavar suas calças. Acho que esse posso riscar da lista de futuros amigos.

O meu serviço é servir cafezinho! Terminei o ensino médio, o pouco que sei aprendi na prática   ou seja: lavar banheiros, ou servir o café, entre um e outro prefiro o café.  Não que lavar banheiro seja ruim, admiro quem faz, afinal é muito bom entrar em um banheiro limpinho e cheiroso. 

Optei pelo café, porque no orfanato eu ficava com a parte dos banheiros e escadas, enjoei de lavar privadas, agora sou copeira, subi de profissão.

Não vou ganhar uma fortuuuna, mas com ele vou conseguir pagar minha hospedagem na pensão comprar um calçado descente porque minha sapatilha está com um buraco enorme bem no meio da sola, e guardar um pouquinho.

Um herdeiro Para Lourenço, completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora