SEM CORREÇÃO E CONTÉM ERROS.
LOURENÇO CAPÍTULO 3.
Ligo para o consultório do Doutor Tomás, sou atendido por sua secretária, agendo um horário com ele. Doutor Tomás é um antigo cliente foi por meio dele que fiquei sabendo sobre a tal barriga de aluguel ou barriga solidaria. Preciso que ele me dê mais detalhes sobre esse procedimento de barriga solidaria.
Sim esse é o termo usado, aqui no Brasil não se pode usar o termo barriga de aluguel, justamente porque o ponto central da resolução 2121/2015 do CFM diz que (A ADOÇÃO TEMPORÁRIA DO ÚTERO NÃO PODERÁ TER CARÁTER LUCRATIVO OU COMERCIAL). Agendo uma reunião com ele para as 10 horas.
A porta da minha sala é aberta pela menina do café, a jovem entra, fico atento aos seus movimentos vai que ela resolve fazer de mim sua próxima vítima.
Ela nem olha para a minha direção, suas mãos tremem ao pegar a xícara, acho que a assustei na sala de reuniões, devo ter sido um pouco grosseiro a primeira vez que a vi.
Ela coloca o café sobre minha mesa e me dá as costas se esbarrando na cadeira a frente. Observo sua silhueta indo em direção a porta, corpo frágil, pequeno, escondido de baixo daquele uniforme largo que vai até o joelho. A visão dela de quatro no chão da sala de reuniões ainda está bem recente.
Provo o café e seu amargor me faz repelir aquela lembrança.
Estaciono meu carro em uma das vagas do estacionamento da clínica, doutor tomas é referência em fertilização in vitro. Entro na clínica, me sento em uma das poltronas confortáveis da sala de espera. Olho meu relógio e vejo que estou adiantado uns dez minutos. Cruzo e descruzo minhas pernas por várias vezes até a porta do consultório abrir, dela sair um casal com uma mulher grávida ao lado deles.
A ansiedade me consome, até ouvir meu nome, e a recepcionista me apontar a sala me indicando minha vez. Entro na sala doutor Tomas que se levanta e me cumprimenta num aperto de mão caloroso.
-Bom dia doutor. -Bom dia doutor Lourenço, vejo que ficou realmente, interessado, na barriga solidaria. Sorrio para ele nervosamente e passo minhas mãos frias em minhas coxas querendo saber de todos os detalhes sobre o assunto em questão. -O que o senhor deseja, doutor Lourenço? -Desejo ter um filho e quero saber de todos os riscos, que implica essa decisão.
-Não existe riscos doutor Lourenço, é um procedimento muito simples. Apenas precisa de uma doadora da sua família até um quarto grau de parentesco disposta a ser sua barriga solidaria como por exemplo: sua mãe, tia, prima ou irmã.
-Eu não posso contratar uma mulher para esse procedimento? Eu não tenho nem um familiar para isso.
-Como já lhe expliquei antes, o senhor não pode tratar esse assunto como algo comercial. Agora se; o senhor tiver outra pessoa fora da sua família, disposta a aceitar o termo de consentimento para ser a barriga solidaria, devemos consultar o conselho regional de medicina e pedir uma autorização. Eles farão uma análise da situação e, eles decidirão. Mas mesmo assim creio que o senhor não terá problema, afinal, o senhor tem uma firma completa de advogados dispostos a lutar por sua causa. Afirmei pressionando meus lábios positivamente para ele em concordância.
-A pessoa escolhida pelo senhor passará por um exame psicológico atestando que ela está com total capacidade física e mental, para o procedimento. O seu material genético será colhido, farei a fertilização in vitro e, depois implantarei o mesmo no útero, da barriga solidaria.
Todas as minhas dúvidas tinham sido sanadas, a forma que doutor Tomas explicou, pareceu tudo muito simples. Volto ao escritório, satisfeito e confiante. Agora só preciso encontrar a doadora do útero. Saio da clínica perto do horário de almoço, terei uma audiência as duas da tarde e volto no escritório para pegar os documentos relativos ao processo.
Ando perdido em meio aos corredores pensando na conversa com doutor Tomas, quando meu bom humor é arrancado de mim por uma miniatura de gente, que sai, não sei de onde, e se choca contra meu corpo.
Souto os papeis que eu segurava, agarrando a destrambelhada nos meus braços, caindo com ela. Seu rosto bate contra meu peito e ela está afobada, acho que estava correndo, minhas costas estão doendo com o impacto no piso.
Levanto meus olhos para olhá-la, ela faz o mesmo devagar encontrando os meus, meio atordoada fala: - Puti's grila qui cheiro bom, até esqueci que estava correndo para fazer xixi.
A empurrei rapidamente de cima de mim esquecendo todo o resto que ela falou me focando na parte do xixi. Ela se levanta, e quando me olha novamente regala os olhos e levando a mão na boca. Deve ter se dado conta que falou demais.
-Senhor da glória, to ferrada! - Senhor Lourenço me desculpe? Eu não vi o senhor, eu sai correndo da cozinha apurada para fazer. A interrompi, porque ela já tinha me passado a tal informação do xixi. -A senhorita estava correndo no corredor? Ela fecha os punhos e aperta as pernas evidenciando seu desconforto, balançando a cabeça em afirmativo. Eu poderia segurá-la mais uns segundos, por ela fazer da minha firma uma pista de corrida, mas, não sou nem um babaca então falei:
-Va para o banheiro e não saia mais correndo como uma maluca pelos corredores. Me abaixei para catar meus papeis e, quando me virei para catar um a minha direita minha cabeça se chocou com a dela que também estava disposta a me ajudar entes de ir resolver seu problema. Respirei fundo contando carneirinhos em pensamento ou berraria para ela se mandar. -Me desculpe mais uma vez senhor?
-A senhorita poderia fazer o favor de desaparecer da minha frente. Ela me estendeu a mão com dois dos papeis que pegou no chão, e saiu apressada, mas antes a ouvi me chamar de grosseiro. Quem ela pensava que era? Aquela Abusada.
Termino de almoçar a comida espetacular de Bonici e ligo para Elay, com certeza ele ainda estava almoçando. Elay atende e vou lhe contando sobre a consulta que fiz ao médico, dividindo com ele a euforia que estou sobre a barriga solidaria. Digo, que é mais simples do que parece. Que só preciso arrumar a doadora do útero. Mas não posso tratar isso como um assunto comercial, não pode envolver dinheiro, a pessoa envolvida tem que me doar essa gentileza. Desbocado como sempre ele usa a expressão ferrou, segundo ele hoje em dia não existe caridade e, nem uma mulher em sã consciência iria aceitar isso de graça.
No fundo eu tenho plena consciência disso e, que podemos fazer um contrato sigiloso para a mesma assinar e quando a criança nascer, ela recebe uma quantia bacana, de alguns milhões. Ele concorda comigo e diz que passa a noite na minha casa para conversarmos, com calma.
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Um herdeiro Para Lourenço, completa.
RomanceComédia romântica Comédia romântica contemporânea. Homem mais velho mocinha na flor da idade. Para maiores de vinte um ano. História fictícia de minha autoria.