MARIA ANTONIETA CAPÍTULO 5.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

MARIA ANTONIETA CAPÍTULO 4.


Sai da sala do senhor Elay e nem olhei para trás. Eu não conheço quantias grandes de dinheiro, mas eu ouvi bem ele dizer milhões e, se milhões está no plural acredito que deve ser bastante.

 Ninguém ofereci uma quantidade de dinheiro daquela pra outra pessoa assim do nada. Peguei minha mochila e sai doida daquele lugar, me esqueci até de tirar o uniforme. Passei por Vitor e quase o derrubei, não pedi nem desculpa e nem dei tchau, o coitado não devia ter entendido nada. Mas o que eu ia fazer, voltar e explicar eu, não, eu tinha pressa.

Cheguei na pensão e fui direto para o meu quarto, o calor estava de lascar, o ventilador não dava conta de refrescar o cômodo.

Desmanchei o coque e soltei meus cabelos, fiquei pensando na conversa que tive com o senhor Elay, afinal foi ele quem me deu aquele emprego. Será que ele vai ligar para o orfanato e dizer que sou uma mal agradecida. Tenho até medo de pensar na irmã Felipa vindo atrás de mim e me pegando pelas orelhas.

Tirei o uniforme, minha sapatilha, coloquei um vestido velho, minhas companheiras de quarto entraram tagarelando. Uma delas trabalhava durante a noite, eu ficava boba de ver ela andar o dia todo e pegar no serviço onze da noite, voltar as quatro da madruga, as vezes até as seis da manhã e não viver caindo aos pedaços de canseira. Não que eu estava controlando os horários da mulher, eu sabia disso porque elas falavam entre si o tempo todo e, eu não era surda.

Aquela mulher era uma guerreira, elas me cumprimentaram e perguntaram porque eu tinha voltado tão cedo. E pra quem trabalha oito horas por dia, estava pela metade, mordi meus lábios e falei: -Eu não vou mais trabalhar lá.

A loira peituda franziu a testa e falou: -Se tu precisares de grana pra pagar a pensão eu te descolo um ponto, tu com esse corpinho, com cara de virgem, meu bem, vai chover cliente na sua. 

-Não seja parva, a garota não tem nem noção do que tu tá dizendo, maluca. Não lembra do que dona Bira disse. -Ei não me chama de parva não! -Tu és parva sim, ela é a garota que viria do orfanato pra morar aqui com a gente.  Disse ruiva de cabelo curto me pedindo desculpa pelo que a loira disse.

-Maria, não de ouvidos pelo que  Sindilu fala, desce na recepção que lá sempre tem jornal, é um ótimo meio de arrumar um emprego rápido. Qualquer coisa me dá um grito que eu te ajudo ok. Agradeci a ruiva e fiz o que ela me falou.

No dia seguinte não voltei ao trabalho, como não gostava de ficar parada me ofereci a dona Bira para ajudá-la com os afazeres da pensão. Ela concordou, mas depois de eu ter quebrado dois pratos ela desistiu e disse que entendia porque no orfanato eles só me colocavam para lavar os banheiros e a escada. Não entendi o comentário dela, mas também não insisti em saber. No fundo eu entendia, mas me fiz de besta.

Três dias depois a ruiva por nome de Betina me levou até um salão de beleza para fazer um bico de diarista. Trabalhei igual uma burra de carga, das oito as quatro da tarde sem nem um acidente e sem quebrar ou derrubar nada, aquilo foi um milagre. A dona do salão me pagou cento e cinquenta reais. Me elogiou e que na próxima semana eu poderia voltar no mesmo dia e no mesmo horário.

Fiz o percurso de volta para a pensão do jeitinho que Betina me ensinou. cheguei na pensão quatro e trinta, gastei meia hora para voltar, não era tão longe.

Eu estava quebrada e precisava urgentemente de um banho, parecia que eu tinha pressionado um gambá debaixo do meu sovaco. A primeira coisa que eu iria comprar com aquele dinheiro era um desodorante, com urgência.

Um herdeiro Para Lourenço, completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora