SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.
MARIA ANTONIETA CAPÍTULO 37.
A mulher virou um foguete sumindo das minhas vistas o dia todo. Essa foi a primeira que descobri dela, agora vamos pra segunda. Chegava do orfanato com Bonici, eu tinha feito umas compras e levado para as crianças, roupas, brinquedos e alimentos. Podem dizer, eu fiquei chique e agora sou a maior bem feitora do orfanato onde passei os melhores e piores dias da minha vida.
Os piores era quando eu aprontava e tinha que me esconder até as irmãs se esquecerem de me castigar e minha barriga roncar de fome e eu voltar faminta e ser castigada. Mas antes elas me alimentavam, lembranças que ficarão para sempre. É claro que eu, euzinha, não teria grana nem para comprar uma havaiana, mas meu cavalão que tem um coração enorme, me deu vários cartõezinhos de plástico, contendo muito dinheirinho e eu posso comprar o que quiser. Tenho até uma conta no banco com o meu nome.
Minha primeira compra foi com roupinhas e a decoração dos meus bebês, depois presentes para Sindi, Betina e Dona Bira, minhas freirinhas e claro Bonici. Recapitulando, subi as escadas me encaminhando para meu quarto. Passei pela saleta tirando minha rasteirinha e depositando a bolça na poltrona, empurrei a porta do closet já me despindo, eu sabia que meu cavalão já havia chegado porque seu carro já se encontrava no pátio.
Não o vi pela casa e nem em seu escritório, então só podia estar no banho, segurei a bainha da minha blusa e quando termino de passar a peça por minha cabeça meus olhos se cravam na lacraia de uniforme dentro do closet com a camisa do meu marido entre suas mãos e a mesma inspirando seu perfume.
Era muita audácia não acham?
Comecei a contar até dez, eu era uma dama, pensava, eu era chique murmurava a mim mesma, estava me tornando madame, me recriminava, madames não gritão? Fechei meus dedos em punhos e mordi minha mão furiosa. Ela ainda não tinha me visto, estava tão entretida esfregando a camisa do meu marido em seu colo que não me viu entrar. Quando ela esfregou a peça no seu decote foi a minha morte, pior a dela, eu tremi raivosa.
-Besta fera dos infernos, lacraia oferecida, solta a camisa do meu marido agora! Berrei, a bandida deu um pulo escondendo a peça atrás de si.
-Solta a camisa do meu marido. Pedi caminhando em sua direção. -Desde aquele dia que te flagrei espionando meu marido eu estou de olho na sua pessoa, posso ser uma pirralha como você disse outro dia, mas graças a Deus sou uma pirralha esperta. Sabe a cueca com mancha de batom que deixou cair outro dia do cesto de roupas sujas? Eu sei que foi você! Seus olhos se arregalarão.
Por acidente eu encontrei o batom na gaveta do banheiro da área de serviço, eu sei o que pretendia, queria que eu brigasse com meu marido e achasse que ele me traia. Que estupida, até eu sendo uma pirralha molambenta como já ouvi resmungar pelos corredores teria arquitetado um plano melhor.
As ligações em horário de almoço quando meu marido fica preso no fórum e meu telefone toca com uma mulher gemendo e chamando por Lourenço também sei que é você. Sabe como sei? Meu motorista o senhor Delfino fez um videozinho seu no orelhão da rua de baixo gemendo e miando como uma gata no cio. Eu o ouvi assistindo o vídeo e reconheci os gemidos, perguntei a ele se eu poderia dar uma olhadinha e sem fazer perguntas e questionar minha curiosidade ele me mostrou e sem saber ele me ajudou atirar um peso sobre meus sapatos.
-Sua barriguda morta de fome, não se dá conta que aqui não é o seu lugar, devia estar morando naquele pulgueiro que chama de pensão. Dormindo em beliche ao lado daquelas ratazanas fedorentas que chama de amigas. Não se enxerga, não é mulher para Lourenço, ele é muito homem pra ti sua porcaria insignificante, que se não tivesse se casado com ele seria apenas mais uma nas estatísticas, negrinha fedorenta. Eu ia esganá-la, e no exato momento que minha perna mudou um passo meu marido surgiu me pedindo silêncio.
Eu a deixei falar tudo que pensava ao meu respeito, ouvi seus insultos, deboches, piadinhas vestidas apenas com meu sutiã vermelho de renda. Vestia uma calça folgadinha de alfaiataria branca, estava elegantérrima, descalça, mais ainda estava chique, uma dama. Satisfeitíssima porque logo atrás nas costas da lacraia venenosa, meu marido estava somente de toalha, lindo e todo molhado, ouvindo e absorvendo tudo que a pestilenta falava.
Seu semblante me contava tudo o que se passava, fúria ele estava furioso. A dama chique e glamorosa que sou eu, não sai do salto, nem precisei, meu marido pegou a mesma pelo braço gritando por Bonici para colocar aquela barata imunda na rua.
Quando Bonici apareceu toda descabelada e preocupada com a gritaria do meu cavalão disse:
-Pegue a maior vassoura que tiver Boni e varre essa barata pro olho da rua, de hoje em diante ela não trabalha mais aqui. Foi assim que o reinado da víbora Cristina terminou na minha casa.
Viram, eu disse que era uma dama, nem fiz escândalo.
Sai do banheiro do restaurante andando igual uma tartaruga, tomando cuidado para não tropeçar em nada, e nem esbarrar em ninguém. Procuro a mesa que estava sentada com meu lindo marido, porque é lindo mesmo e a calmaria e a lerdeza da tartaruga me abandona. Sou tomada pela velocidade de uma lebre indo em direção ao meu marido que está abraçando uma loira enorme e peituda.
Os ciúmes maltratavam meus nervos ultimamente, Bonici acha que estou muito insegura por estar grávida e gorda, não foi dessa forma que ela disse. Bonici é sempre muito elegante com as palavras, mas no fundo eu sei, ela sabe que estou parecendo um barril. E o meu marido? Á o meu marido ele é um pedaço de homem do caraça.
Homens e mulheres virão o pescoço por onde ele passa, mandando a dama chique e educada pras cucuias, o abraço eu até deixaria passar, porque poderia ser uma amiga ou conhecida dele o cumprimentado. Mas quando a bichona se afastou e levou seu dedo indicador no meio do peito dele onde tinha dois botões abertos e ainda circulou seu dedo nos rabiscos do meu cavalão eu surtei, sem pensar descendo do salto, gritei.
-Pode fazer o favor de tirar sua garra peçonhenta do meu marido. Para que não saiam por aí falando que sou grossa eu pedi com educação, usei a palavra mágica, por favor.
A mulher se virou na minha direção com os peitos quase colhendo meu marido. Lourenço se afastou da peituda como se ela tivesse uma doença.
-Elay tinha me contado que havia se casado, não acreditei, queria ver com meus próprios olhos. Falou a loira de nariz empinado me olhando com cara de nojo.
-Pois acredite, eu sou a esposa, aqui na minha barriga bem guardadinha, estão nossas bebês e essa bela espécime masculina é meu marido. Agora que você já viu, confirmou, e, até tocou com seu dedo, caminha que a grávida aqui ta cansada.
-Bebê. Resmungou meu marido. -Bebê o escambau! Apontei o dedo na sua fuça bonita. -O senhor vai dormir na saleta por deixar aquela lacraia peituda pôr o dedo em você.
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Um herdeiro Para Lourenço, completa.
RomansaComédia romântica Comédia romântica contemporânea. Homem mais velho mocinha na flor da idade. Para maiores de vinte um ano. História fictícia de minha autoria.