MARIA ANTONIETA 15.
Lavava a louça do almoço e pensava nos desenhos do corpo do senhor Lourenço, será que doeu? Acho que não, se causasse dor ele não tinha tantos, eu estava tão distraída que não ouvi a porta abrir e o senhor Elay entrar.
-Boa tarde Majestade? Me assustei e o prato escorregou das minhas mãos cheios de sabão, sem contar o grito que dei. -Á, filho de uma boa mãe. Disse com o coração batendo forte com vontade de romper lhe as fuças por estar rindo. Por impulso lhe bati com o guardanapo que estava no meu ombro, ele se defendeu com as mãos.
-Sempre violenta majestade.
Era sempre assim, ele nunca era anunciado para subir, tinha as chaves do apartamento como se fosse o dono. O senhor Lourenço devia confiar muito nele? Por outras partes eu estava com um pé atrás com ele também, ele devia saber que o amigo estava muito bem fingindo uma doença que nunca existiu.
-Me perdoe Majestade eu não tinha a intenção de assustá-la. Disse ele se encostando no balcão do armário. - Claro que não, quem chega de mansinho depois berra para uma pessoa que está de costas se não tem a intenção de assustar, não é mesmo. Digo enquanto cato os pedaços da porcelana espatifados.
Ele vem me ajudar, faço um gesto dispensando, quem muito quer ajudar, acaba atrapalhando, já dizia irmã Aldenora. -Mais uma peça para ser descontada no meu salário, ofu. E dessa vez nem foi culpa minha, ofu, ofuuu. Bufei.
-Não se preocupe Maria, foi minha culpa. Eu sabia, mas será que o cavalão sabia.
-Explique isso ao senhor resmungão. Respondo indo ao lixo jogar os cacos.
-Quem seria esse resmungão? Disse o senhor Lourenço já parado na entrada da cozinha, levantei meus olhos e ele estava vestido com seu pijama de mangas compridas escondendo seus rabiscos bonitos. Os cachos rebeldes levantados na lateral da faixa, uma boa aparência para um doente. E bota boa aparência nisso. Voltei minha atenção para a louça, dando as costas para os dois.
-Majestade seu paciente não devia estar deitado? -Sim, e pelo que estou vendo não está cumprindo as ordens do médico. Disse ainda de costas. -Ultimamente ele está andando bastante pela casa, sem a minha ajuda, deve estar melhorando. Falo.
-Só me levantei porque ouvi barulho de algo se quebrando. Me virei para eles encarando o senhor Lourenço.
-Mas é claro, veio me sondar e marcar o objeto da vez para depois me cobrar. falei arqueando as sobrancelhas a ele.
-Não é nada disso, eu só fiquei... -Curioso. Conclui a frase pra ele. -Não se preocupe Maria, ele não é tão mesquinho assim, não é mesmo Lourenço? -Isso seria muito bom, ou não terei nem o que receber no final do mês.
-Venha amigo, vou te levar de volta ao seu recinto. Senhor Elay o acompanhou de volta ao quarto. -Senhor Elay. O chamei antes que entrasse no quarto. -Obrigado por ter dado o endereço para minhas freirinhas. -Não precisa agradecer foi um prazer. Disse ele sorrindo olhando para o senhor Lourenço.
Depois da visita das freirinhas o senhor Lourenço estava diferente, a palavra certa era educado e paciente. Eles estavam no quarto e eu preparei um café para eles, levei. O senhor Elay poderia ser muito gentil e bom comigo, mas quem me garante que ele não sabe que o amigo está fingindo, e se ele sabe, isso o faz cúmplice não é.
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Um herdeiro Para Lourenço, completa.
Roman d'amourComédia romântica Comédia romântica contemporânea. Homem mais velho mocinha na flor da idade. Para maiores de vinte um ano. História fictícia de minha autoria.