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— Você ainda gosta dela, não é? — pergunto, sentando em uma cadeira a apoiando o cotovelo na mesa.

— Não sei, às vezes eu acho que sim, mas na maior parte do tempo mudo de ideia. — dá de ombros.

— Vocês parecem ficar bem juntos, mesmo que ela seja metida.

— Ah, sei lá. No ínicio nós éramos o casal perfeito e depois de um tempo, ela começou a querer me controlar. Foi perdendo o sentido. — ele diz, enquanto passa os dedos em um copo de plástico vermelho.

— Hum, sei. — umedeço os lábios. — Posso perguntar uma coisa?

— Sim, claro. — ele se curva um pouco.

— Ela disse que você rejeitou muitas garotas que queriam vim com você ao baile. — faço uma pausa, pensando em como isso ia soar estranho — Por que pediu ao seu pai que me chamasse? Ele achava que você não tinha par porque ninguém te queria.

Ele sorri e só agora posso ver o quão perfeito seus dentes são; alinhados e branquinhos.

— Bem, eu não sei se você já notou, mas eu sempre apareço lá na sorveteria.

— Não, não notei. Hoje é a primeira vez que te vejo.

— Eu sei, foi modo de falar. — ele passa a mão pelo cabelo. — Sempre que fui lá você estava pensando.

— Ah... — encosto as costas na cadeira.

Pensando no Zayn, é claro. Aquele garoto não saía da minha cabeça, ele sugava as minhas últimas forças. Eu estava morrendo de saudades, ele não falava comigo há um tempo e isso só piorava as coisas.

— Eu sempre quis saber no que você pensava.

— Em como o sorvete de chocolate é melhor do que o de morango. — minto e pisco para o rapaz.

— É, mentiu feio. — ele ri. — Enfim, te achei fofa desde o começo. Achei que seria uma boa sairmos juntos.

— Eu só estou aqui pelo dinheiro. — esbravejo, mesmo não sendo só essa a razão.

— Queria eu não saber disso. — fica sério.

— Foi você quem pediu. — ergo as mãos para o alto.

— Acho que sei disso.

— Então, perfeito. — olho ao redor. — Acho que já podemos ir, não é mesmo?

— Já? — faz careta.

— Estamos aqui há mais de quatro horas, preciso descansar. — fixo meu olhar nele. — Caso não lembre, tenho que trabalhar amanhã.

— Certo. — ele levanta e ergue a mão. — Vamos.

***

— A gente pode marcar outro dia para sair, o que você acha? — pergunta, quando para o carro em frente a minha casa.

— Bleh, não, sem chance. — abro a porta do carro, rindo.

Ele sorri meio sem graça e eu fecho a porta.

— Adeus, Noah.

— Até logo, Luna. — o rapaz pisca e dá partida.

The Unknow - ZaynOnde histórias criam vida. Descubra agora