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Nove horas da manhã, e eu já estava lá. Esperando ansiosa para que me chamassem. Alguns minutos se passaram e comecei a especular que talvez ainda não fosse dia 27 como mostrava no meu celular.

— Com licença.

— Sim, no que posso ajudá-la? — a mulher por trás do balcão, pergunta.

— Desculpa, sei que pode parecer patético mas... que dia é hoje? — sorri fraquinho.

— Dia 27, quarta feira. — responde.

— Ah, obrigada.

Sentei novamente em um pufe laranja e voltei a esperar. Não durou cinco minutos, até ouvir gritarem meu nome, o que me arrancou um susto.

— Sou eu. — falei, levantando.

— Me acompanhe. — a morena falou, dando meia volta, antes de começar a andar.

Abrindo a porta, a mulher sorri sem sequer mostrar os dentes.

— Luna Cox? — pergunta Mabeli, me analisando por cima dos óculos de grau.

Ela tinha um cabelo grisalho com mechas pretas invejável. Desejei envelhecer mais para ficar assim. Tinha os olhos verdes da cor de uma folha nova. A pele lisinha como seda, nunca vi uma coroa tão em boa forma como ela estava.

— Sim. Bom dia.

— Sente-se. — ela larga uns papéis. — Como vai?

— Estou bem, obrigada.

— Eu tenho uma missão para você. — fala.

— Sua secretária me avisou. Só não entendi sobre o que era, mas agora imagino o que seja.

— Teremos um desfile de moda daqui há duas semanas, e acho seu perfil perfeito para isso. Embora, precisaremos mudar algumas coisas em você. — fala, enquanto olha para meu cabelo.

— Ah, eu não sei se é uma boa ideia. — relaxo os ombros, perdendo de vez a postura.

— Por que não seria?  — arqueia a sobrancelha.

— Eu tenho um trabalho, Sr. Brun. Não quero cometer erros.

— E trabalhar para mim seria um erro? — fala, erguendo mais a cabeça.

— Uh, não. Não foi isso que eu quis falar...

— Eu sei muito bem o que você quis dizer com isso.

— Eu acho incrível todo o seu trabalho, sério. — suspiro. — Só não acho que esse seja o meu tipo de ambiente, não sou nada do que você procura.

— Luna, você não ouviu a parte em que eu disse que seu perfil era perfeito? É exatamente o que procuro. — levanta da cadeira, dando a volta na mesa e parando na minha frente, com alguns centímetros de distância.

— A questão é que...

— A questão é que você está rejeitando uma coisa que poderia mudar a sua vida. — diz, após me interromper.

— Eu sei, mas...

— Vamos recompensá-la pelo trabalho, não fará nada de graça. Receberá assim como recebe pelo seu trabalho onde quer que esteja trabalhando. No entanto, a quantia será maior, isso eu posso garantir.

— Tudo bem. — digo, declarando perda a guerra.

— Então, você vai aceitar a missão pela qual lhe chamei? — pergunta, cruzando os braços.

— Vou. — falo, balançando a cabeça em afirmação.

The Unknow - ZaynOnde histórias criam vida. Descubra agora