Capítulo 21 - A carta

1.9K 190 212
                                    

Pov Liz

Liz acordou por voltas das dez horas da manhã com seu celular tocando insistentemente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Liz acordou por voltas das dez horas da manhã com seu celular tocando insistentemente. Xingou mentalmente aquele ruído desgraçado e tateou pela cômoda procurando-o. Estava com uma dor de cabeça enorme pela bebida da noite passada. Sabia que só poderia ser a sua tia Luísa novamente, insistindo em sua presença. Iria atender dessa vez, aquela insistência toda já estava a preocupando.

O dia havia começado tão bem junto de sua irritadinha, ainda estava numa boa, deitada em seus lençóis e sentindo aquele cheirinho suave que só ela tinha e a fazia relaxar. Sabia que toda a calma estava prestes a ser arruinada, logo quando achava que dessa vez poderia ser diferente. Suspirando, atendeu o telefone finalmente:

- Oi, tia. - A voz ainda estava grogue de sono.

- Bebendo já a essa hora? - Disse ela com a voz severa e implicante de sempre.

- Eu estava dormindo na verdade. - Respondeu pacientemente. - O que foi? Se for aquele mesmo assunto eu já falei. Não vou. Vou ficar aqui e acabou o ass...

- Eu não queria mesmo falar isso assim por telefone. - interrompeu-a firme e cuidadosamente. - Mas você não me deu escolha Lisandra. Eu tenha uma carta importante para entregar a você. Do seu pai.

Seu coração apertou e depois disparou angustiado. Como assim carta? Que porra toda era aquela? Sentou-se na cama rapidamente, aprumando-se.

- Que tipo de idiotice é essa que a senhora está falando? - cuspiu as palavras raivosamente. - Não é justo fazer joguinhos para me fazer ir até aí.

- Olhe bem como fala comigo senhorita marrenta e dona do mundo. - repreendeu-a em tom severo, mas logo em seguida falou de forma mais amena. - Eu jamais brincaria com isso. Por isso eu não queria falar nada por telefone. É delicado. Preciso que venha até aqui.

- Que assunto de carta é esse? - perguntou temerosa e sentiu as mãos tremerem com um nervosismo súbito. - Como assim meu pai deixou?

- Sim, ele deixou antes de morrer. Explico tudo aqui na minha casa e pessoalmente. Estou enviando um jatinho para lhe buscar e não me faça ir até aí, eu falo sério.

Liz parecia ter levado um soco no estômago e o ar faltou em seus pulmões com a ansiedade forte que lhe tomou. Começou a respirar pesadamente, seus olhos arderam e tentou conter a voz de choro. Sentia a culpa lhe consumir novamente. Já se passara seis anos, mas a intensidade era sempre a mesma.

- O que está acontecendo?

- Liz, por favor, apenas venha para perto de mim. - Luísa já tinha a voz chorosa ao percebê-la frágil. - Vamos passar por isso juntas. Só venha. O avião chega em duas horas. Vá até o aeroporto.

- Não se preocupe, já estou fodida o suficiente e sozinha. - Declarou com mágoa.

- Você não está sozinha, tem a mim. Sempre teve.

Nossa canção inesperada (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora